quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Diário de vida - Apego

Acabei de chegar em casa após uma jornada um tanto cansativa, ou seja, levei a minha mãe ao médico para um exame de rotina e ficamos praticamente o dia inteiro fora. Gostaria de falar sobre o meu relacionamento com ela principalmente agora com os seus problemas de saúde devido à idade. Em uma das sessões individuais com o professor Luciano, ele me puxou as orelhas e me disse para eu nunca me esquecer que não sou e jamais serei a mãe de minha mãe. E foi nessa hora que percebi a grande crença que me foi incutida: eu deveria cuidar de meus pais quando ficassem velhos. Fiz isso com meu pai quando ficou doente. Eu morava na Itália e a minha mãe no Japão quando ele teve um AVC. Ela ficou alguns meses com ele, mas não quis permanecer de vez e eu acabei voltando para cuidar dele. E agora faço a mesma coisa com a minha mãe. Embora às vezes a situação fique um pouco pesada, dentro do possível tenho trabalhado o "desapego", ou seja, deixando que ela tome as decisões, mesmo que não sejam as corretas, afinal de contas a vida é dela e se o seu estado de saúde chegou a esse ponto não foi por influência minha com certeza. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, ou seja, não "ficar muito encima" nem largar demais. Só para dar um exemplo: hoje a acompanhei ao médico e disse o que ela deveria levar, inclusive um RX dos pulmões, uma vez que a consulta era com a pneumologista.

Chegamos lá e a médica constatou que o exame não era o que a minha mãe tinha pego (na verdade era um RX dos ossos). Ainda bem que deu tudo certo e a minha mãe tirou uma outra chapa. Teria sido mais fácil se eu tivesse tomado as rédeas e pensado em tudo, mas a tenho feito entender que a vida é dela e não minha. O interessante é que assim que chegamos em casa a minha mãe foi preparar alguma coisa para comer e enquanto isso o gás acabou, mas ela mesma foi trocar o bujão. Geralmente ela me pede ajuda porque ele é pesado, mas dessa vez  fez tudo sozinha!!! Percebi então que estou no caminho certo. Ao fazermos tudo por um ente querido tiramos dele a responsabilidade e por que não, a sua cidadania. Já ouvi várias pessoas me dizendo que se quisermos saber como será o nosso futuro é só observarmos os nossos pais. Isso pode ser até verdade, mas acredito no livre arbítrio. Tomar um monte de remédios não é o que chamo de um futuro brilhante. Prefiro pensar que posso mudá-lo para melhor se cuidar desde já da saúde física, mental e principalmente espiritual.

Desde o início do ano tenho aprendido tanto com o professor Luciano, com os cursos da Unidarma, com as minhas amigas e colegas Cristal e Aninha, mas é um desafio todos os dias. A escola da vida realmente é do tipo contínuo, sem diploma, com com muitos estágios, acertos e erros, mas o importante é continuar tentando sempre. Desistir jamais!!!

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