quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Diário de vida - Terapias involuntárias

Nunca pensei em ser terapeuta, apesar de exercermos essa função quando somos professores. Quantas vezes não ajudamos algum aluno em dificuldades ? Bom, o primeiro vestibular que prestei foi para Nutrição, mas acabei não passando. Da segunda vez acabei optando por Letras porque sempre tive muita facilidade para aprender idiomas.  E estou satisfeita com a escolha que fiz.

Durante o processo de autoconhecimento que intensifiquei no início deste ano, tenho atraído pessoas que me procuram pedindo conselhos. É muito interessante como tudo flui naturalmente, sem grandes pretensões. É ótimo poder ajudar porque é um modo de colocarmos em prática a  teoria.

O que acho interessante em todo esse processo é que quando comento sobre os cursos e sobre como me sinto melhor com todas as auto descobertas, as pessoas sentem a nova energia e me dão os seus testemunhos. Uma de minhas alunas um dia me perguntou porque não conseguia tirar notas altas nas provas. Quando lhe perguntei se ela havia tido algum problema com a primeira língua estrangeira que aprendeu, me respondeu que não. Semanas depois ela me procurou de novo e me contou que tinha descoberto o motivo: o seu pai era muito exigente principalmente com ela por ser a filha mais velha. Pelo fato dele ser muito inteligente a cobrava muito a respeito dos estudos. A palavra "prova" simplesmente a apavora e a cobrança agora não é mais do pai que faleceu, mas dela mesma. Por isso é tão importante perdoar os pais antes de começar qualquer tipo de processo de autoconhecimento. Na verdade ficamos exercendo a nossa rebeldia contra os pais físicos, mas e os pais que estão dentro de nós ? A minha aluna, como eu tinha intuido, educou os filhos de um modo completamente diverso.
Um outro aluno que está no curso avançado de italiano parece que fica encantado quando comento sobre as minhas descobertas. Um dia percebi que ele usava muito as palavras "problema", "difícil", "complicado" e as repetiu muitas vezes em 90 minutos de aula. Acabei lhe dando um toque a respeito disso e ele passou a utilizar a palavra "questão" no lugar de "problema". Porque se um aluno começa a dizer que a matéria é difícil, com certeza ela vai ser. Desde que comecei a dar aulas, digo e repito que o italiano não é difícil, o aluno é que deve se dedicar e estudar mais. Simples, não ? Aliás, como tudo na vida. Outra coisa que contesto sempre é quando o aluno não faz a tarefa "por falta de tempo". Por mais que ele trabalhe ou estude, isso significa que o italiano não é prioridade na vida dele. E como sei que a maior parte dos alunos não estuda essa língua por obrigação, por que não arrumar tempo para fazer algo que se gosta de fazer ?
Saindo do ãmbito escolar, outro dia a minha manicure deu o seu testemunho comentando a respeito de sua vizinha. Ela teve duas filhas. A mais nova nasceu com a saúde muito frágil e foi motivo de preocupação e dedicação total por parte da mãe e a mais velha foi criada, vamos dizer, muito largada, Apesar disso ela nunca deixou de amar a irmãzinha que acabou falecendo há alguns meses. A mãe então automaticamente resolveu voltar a atenção para a filha esquecida, que lhe disse simplesmente: "você nunca me enxergou antes, agora que a minha irmã morreu você acha que pode consertar as coisas?" E foi embora de casa logo após o funeral.

Como dá para constatar já comecei a fazer um estágio. Onde isso vai me levar não sei e nem estou preocupada com isso agora.

Abraços e bom fim de semana a  todos!!!

E como diz o professor Luciano, a vida presenteia!!!


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