segunda-feira, 27 de outubro de 2014

AVC: três letrinhas assustadoras - Maiá Mendonça


Que atitude tomar quando existe a suspeita de que alguém está tendo um acidente vascular cerebral? O Dr. Roberto Morgulis, Mestre em neurologia pela UNIFESP (EPM) e Preceptor de neurologia do ambulatório em Medicina Geral e Familiar da UNIFESP (EPM), explica como, quando e o que fazer

Bem+: O que é um AVC?
Dr. Roberto Morgulis: Também conhecido como "derrame cerebral", o acidente vascular cerebral (AVC) é caracterizado pela perda súbita da função neurológica decorrente da "obstrução"/entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. O AVC isquêmico é o tipo mais comum, responsável por 80% dos casos, sendo consequente a obstrução da artéria (ateroscleróticos ou embólicos).

B+: Como diagnosticar um AVC?
RM: A suspeita diagnóstica inicial é clínica, ou seja, pela história e exame físico do paciente. São dois tipos, isquêmico ou hemorrágico, ambos são eventos potencialmente graves, que podem levar à morte ou deixar graves sequelas. O grau de severidade depende de múltiplos fatores, entre eles: localização, área de tecido cerebral comprometida, natureza da lesão e outras alterações clínicas associadas. Dependendo da área, extensão e sua natureza o AVC pode levar à morte ou deixar graves sequelas como dificuldade para se movimentar, andar, falar e alimentar.

B+: Quais são os principais fatores de risco?
RM: Os principais fatores de risco são: presença de hipertensão arterial sistêmica, diabetes, doenças do coração (arritmias, insuficiência cardíaca e doença das válvulas do coração), colesterol alto, tabagismo, obesidade, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e a presença de malformação dos vasos cerebrais.

B+: Como detectar que uma pessoa está tendo um AVC?
RM: Os principais sinais de alerta são: diminuição ou perda de força em qualquer localização, que pode ser súbita ou menos frequentemente insidiosa, alterações da sensibilidade, como formigamento localizado, alterações da visão, fala, equilíbrio e dores de cabeça de forte intensidade e de início súbito. Algumas manobras clássicas para a suspeita de AVC podem ser feitas pelo paciente ou um acompanhante como: sorrir, levantar os braços e cantar trecho de uma música conhecida, qualquer alteração nessas manobras fortalecem a suspeita do AVC.

B+: Que atitude tomar quando há a suspeita de um AVC?
RM: É necessário ir imediatamente ao hospital habilitado, pois os resultados dos tratamentos na fase aguda estão intimamente relacionados com o tempo entre o início dos sintomas e sua realização. Raramente o tratamento cirúrgico é utilizado no AVC, sendo suas indicações precisas e reservadas.

B+: Como prevenir um AVC?
RM: A principal forma de se prevenir um primeiro AVC (prevenção primária) é controlando os principais fatores de risco como: mudando os hábitos de vida, praticando regularmente exercícios físicos, dieta saudável, controle da hipertensão arterial, diabetes, colesterol, parando de fumar, diminuindo a ingestão de bebida alcoólica, além do reconhecimento e tratamento de problemas cardíacos. Após a ocorrência do AVC, a prevenção secundária consiste nas mesmas orientações que a prevenção primária, com a inclusão de medicações específicas para cada tipo de AVC.



(texto publicado na revista Bem+ nº 10 - ano 2 - out/nov de 2014)












Nenhum comentário:

Postar um comentário