segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Testosterona em queda - Nathalie Ayres


Entenda o que acontece quando este hormônio está em menor quantidade no organismo

Por que os homens e as mulheres são tão diferentes? Essa pergunta com u quê filosófico e social tem uma resposta bem biológica: é a testosterona! O hormônio, chamado de masculino, também está presente na ala feminina, mas em diferentes proporções: "A taxa neles é de 300 até mais de mil, enquanto nelas é menos que 40 ng/dL", explica o urologista Paulo Rodrigues, médico do Hospital Sírio-Libanês e da Beneficência Portuguesa (SP). O índice é maior nos homens porque 98% é sintetizado nos testículos, enquanto o resto é feito na glândula adrenal.

E exatamente por isso é que eles  têm mais pelos, a voz mais grossa entre outras características. "A testosterona é responsável pela produção de esperma, ajuda a manter a libido (desejo sexual) e influencia o desenvolvimento de músculos e ossos", salienta Luciano Nesrallah, urologista do Instituto da Próstata do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (São Paulo). Logo, os homens têm menos propensão a apresentar osteoporose e têm maior força física.

Hipogonodismo

Porém, como todo hormônio, a testosterona está sujeita a desequilíbrios. Não existe uma quantidade máxima no organismo, mas quando ela está menor do que a mínima pode representar problemas. Um dos motivos para que os valores caiam é praticamente uma vingança feminina: assim como elas passam pela menopausa, os homens têm um período chamado andropausa durante a meia-idade, que é considerado uma deficiência parcial. "Ocorre em quem está abaixo de 300 até 250, um valor não tão pequeno assim", considera Rodrigues. Porém, se a taxa do hormônio despencou, então há razões maiores para preocupação.

O chamado hipogonadismo é o quadro em que a testosterona está abaixo de 200. Ele ocorre porque, por alguma razão, o corpo não consegue produzir a quantidade necessária. As causas podem ser variadas: "lesões nos testículos oriundas de traumas, castração, radioterapia ou quimioterapia, transtornos hormonais ou decorrentes de outras doenças sistêmicas (como aids ou diabetes), ou certos medicamentos e patologias genéticas. Entretanto, em alguns pacientes, não é possível determinar o que desencadeou o processo", pondera Nesrallah.

De olho nos sinais

A queda da testosterona não mexe apenas com a sensação de masculinidade. Aumenta o colesterol ruim, enfraquece ossos e músculos e eleva a pressão arterial, os triglicérides e a resistência à insulina, esta última, uma das causas do diabetes tipo 2. Essa deficiência é causa de problemas cognitivos (falhas na memória de curto prazo). Os sintomas não são muito aparentes: insônia, nervosismo, cansaço, perda de motivação, diminuição da libido, ereções deficientes, queda de cabelo, assim omo obesidade abdominal, etc.

Repor é preciso

Na maioria dos casos, a reposição hormonal é a conduta a ser seguida e que melhora todos os índices em que a deficiência interfere. "No Brasil, as formas mais usadas são as injeções intramusculares de enantato, cipionato, undecilato e propionato de testosterona", lista Nesrallah. Há ainda as fórmulas orais. A terapia é acompanhada de perto pelo médico, que pode ser um urologista ou endocrinologista. Quanto ao aparecimento de câncer de próstata, não é preciso se preocupar: "Isso só ocorre se já houver células cancerígenas no local", alerta Rodrigues.

Teste aqui se você precisa de ajuda especializada

Um grupo canadense desenvolveu o seguinte questionário para esclarecer esta dúvida. Se você responder sim às sete primeiras questões, principalmente, é bom procurar um médico!

1 - Tem notado diminuição do desejo sexual?
2 - Tem notado diminuição da energia?
3 - Tem notado diminuição da força muscular e/ou da resistência física?
4 - Tem notado perda de peso?
5 - Você perdeu a alegria de viver?
6 - Você vive triste e desanimado?
7 - Sua ereção está menos consistente?
8 - Tem sido mais difícil manter a ereção durante o ato sexual?
9 - Você adormece depois do jantar?
10 - Sua performance no trabalho deteriorou-se recentemente?



(texto publicado na revista VivaSaúde nº 110)






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