Causado pelo vírus HPV, esse tumor pode ficar da sua vida se você fizer um bom controle com o ginecologista
Você vai ao ginecologista todos os anos e faz os exames que ele pede? Se a resposta for sim, já está com meio caminho andado para prevenir o câncer de colo de útero. "O rastreamento pelo papanicolau continua sendo o melhor método preventivo, mas usar camisinha e tomar a vacina contra o vírus HPV também são meios eficazes de evitar a doença", explica a ginecologista Márcia Cardial, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo. O exame é importante porque, no começo, o câncer de colo de útero quase não apresenta sintomas. Apenas em alguns casos provoca sangramento após a relação sexual ou corrimento escuro com mau cheiro. Em estágios avançados, podem ocorrer hemorragias, dores lombares ou abdominais. Veja, ao lado, como se proteger desse mal!
Como é o exame que previne câncer?
O papanicolau pode ser realizado durante a consulta ao ginecologista: o médico introduz na vagina da paciente um cotonete especial e colhe células do colo de útero. Se houver lesões precursoras, um estágio anterior ao câncer, dá para tratá-las (muitas vezes por cauterização) antes que virem um tumor. Para completar o diagnóstico, o médico pode fazer a colposcopia, que permite a visualização de toda a superfície do útero, e biópsia, para confirmar suspeitas de câncer já instalado.
Quando se deve fazer o papanicolau?
O Ministério da Saúde recomenda que toda mulher que tem ou já teve vida sexual ativa faça o exame anualmente, especialmente entre 25 e 64 anos de idade.
Qualquer HPV pode causar tumores?
Existem mais de 100 subtipos de HPV, mas apenas 13 deles estão associados ao aparecimento do câncer do colo de útero. Atualmente, os subtipos 16 e 18 são responsáveis por sete de cada dez tumores provocados pelo vírus.
A vacina vale para todas?
"Sim, a vacina é indicada para todas as mulheres, mesmo aquelas que já iniciaram a vida sexual ou tiveram lesões causadas pelo HPV, pois estudos comprovam que ela reduz o risco de surgirem novas lesões", afirma Márcia Cardial. No Brasil, a vacina é oferecida de graça apenas para meninas de 11 a 13 anos. Depois dessa idade, só dá para tomá-la em clínicas particulares, e o preço é salgado: cerca de R$ 350 cada dose (são necessárias três doses no total).
É mesmo câncer. E agora?
O médico vai pedir exames para saber em que estágio a doença se encontra. Se estiver no início, basta tirar um parte do útero. Na maioria das vezes, no entanto, a mulher precisa retirar todo o útero e os ovários. Nos casos avançados, recomenda-se também rádio ou quimioterapia, para diminuir o risco de as células cancerígenas voltarem ou se espalharem pelo corpo.
(texto publicado na revista AnaMaria nº 942 - 31 de outubro de 2014)
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