domingo, 6 de setembro de 2015

A arte do desapego - Marcia de Luca


Apesar desse artigo ter sido escrito no final do ano passado, as ideias basicamente não mudam. Aplicar a arte do desapego continua válida agora e sempre!!! 


Todo começo de ano, paramos para refletir sobre nossa vida, sempre com a esperança de que dias melhores virão. Mas, no final, nos enfiamos no corre-corre habitual e tudo continua na mesma toada. Pois, desta vez, que tal olhar para nossos padrões de comportamento com outros olhos? Quero dizer, com olhos que escrutinam, analisam e percebem verdadeiramente o que está acontecendo. Sem julgar! Só assim poderemos mudar características que não nos cabem mais e modos de agir arraigados, mas equivocados. Sim, como você já sabe, temos dentro de nós o poder de criar a própria realidade. Para o nosso bem ou para o nosso mal.

Vamos, então, utilizar esse poder em nosso benefício, em particular para nos livrar de autoboicotes. É o único meio de nos tornarmos seres humanos mais plenos. Afinal, o que desejamos a nós mesmas e a todos a cada ano não é mais prosperidade e felicidade? Falta agir. Para contribuir, proponho um exercício. Com papel e caneta, sente-se confortavelmente diante de uma mesa. Feche os olhos e faça ciclos de respiração profunda para se acalmar. Quem controla sua respiração controla a mente e pensa melhor. Concentre-se só no aqui e agora, como se o mundo lá fora não existisse. Esqueça preocupações e compromissos. Foque.

Comece a listar objetos e utensílio que você não usa há um tempão e só guarda porque acha que um dia poderá precisar para uma finalidade qualquer. Relacione, em seguida, roupas, sapatos, bijuterias, bolsas e outros acessórios que andam encostados faz tempo e você mantém no armário achando que, um dia, poderá surgir uma ocasião apropriada para usá-los mais uma vez. Agora, vasculhe o que está atravancando o seu coração: raiva, ressentimento, tristeza, medos e tantos sentimentos negativos que parecem um iceberg dentro de você.

Aqui é hora de fazer uma pausa. Respire e pense: tudo o que você anda guardando - no mundo exterior e também no interior - atua contra a sua desejada prosperidade. Já ouviu isso? A milenar sabedoria oriental ensina que é preciso deixar espaço vazio para criar o novo. Ninguém consegue colocar um móvel no lugar onde outro já se encontra. É simples assim. Somente se desfazendo do que se tornou inútil podemos prosperar. É a força imensurável do vazio. Saiba: o vácuo tem a incrível capacidade de atrair coisas boas inéditas e trazer abundância. Mas, se acumulamos objetos inúteis em casa os sentimentos fúteis no coração, não sobra cantos desocupados. E nada acontece... Pior: quando guardamos por guardar, mandamos a mensagem para o cérebro e todas as nossas células de que não acreditamos tanto no amanhã. É como se achássemos que coisas podem nos faltar e não teremos como suprir as necessidades. Largue essa ideia!

Além do mais, existe a implacável lei de que é preciso dar para receber. Por isso, quem doa sempre ganha. Então, mãos à obra: 2015 já começou! Limpe gavetas, armários, prateleiras, quartinhos, depósitos... Livre-se daquilo que está encalhado há anos. Aproveite a oportunidade para passar adiante os pertences que nem deveriam mais ser seus. Entregue a quem precisa e achará grande utilidade.

Faça igual faxina nas emoções. Para que guardar raiva e gastar energia com o que nem faz mais sentido? Isso acorrenta a vida. Abra vagas para o novo entrar em sua casa e no seu coração. Depois, compartilhe o conceito do vazio com amigos e familiares. Transmita essa ideia! Fique certa de mais abundância virá para você - e para todos ao seu redor.



(texto publicado na revista Claudia nº 1 - ano 54 - janeiro de 2015)

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