sexta-feira, 27 de junho de 2014

Internet: ferramenta solidária


Crowdfunding. Arrecadações coletivas com fins humanitários ganham visibilidade nas redes sociais e podem salvar vidas. Mapeamento do financiamento coletivo no país mostra que projetos com viés social são bem vistos

Selfies, vídeos e todo tipo de informações pessoais são divulgadas nas redes sociais diariamente. Mas até que ponto as pessoas estão mesmo dispostas a se expor quando o assunto é serio? Foi esse o questionamento feito a Aline de Lavra, mãe do Pedrinho. E a resposta foi "estou 100% disposta".

Com quase dez meses de vida, Pedrinho nunca foi para casa. Ele é portador de uma doença rara, a Síndrome do Intestino Curto. O que era suspeita durante a gravidez, foi confirmado após o nascimento e despertou a família e amigos para o tamanho do desafio que teriam que enfrentar, um transplante de intestino - vital para o menino. "O último feito no Brasil foi há dez anos e não obteve sucesso. Ao saber disso, entrei em contato com o hospital de Pittsburg, nos Estados Unidos, mas só a parte médica tem um custo de US$ 1 milhão. Então começamos a campanha pela internet."

E Aline de Lavra não é a única a lutar pela saúde do filho. Na semana passada, o TRF-3 (Tribunal Regional de Justiça da 3ª Região) decidiu negar o recurso apresentado pelo Ministério da Saúde sobre o caso Sofia. A menina, que é portadora da síndrome de Berdon (uma doença rara que provoca problemas no intestino), deve ter o transplante - que só é feito nos Estados Unidos - pago pelo Ministério. Além da briga na Justiça, a família também iniciou uma campanha para arrecadar fundos pela internet.

Dados do Retrato do Financiamento Coletivo no Brasil, reunidos pela empresa Chorus e pela comunidade de financiamento coletivo Catarse, indicam que as causas sociais, ambientais ou que fortaleçam a comunidade estão em segundo lugar no ranking de intenção de doações, com 21,51%.

Com a percepção desse interesse público, a rede Mottirô mudou o perfil da recém-criada plataforma. "Isso nos motivou a abrir a rede para causas deste tipo", diz Júnior Gonçalves, CEO da Mottirô.

A campanha da ex-ginasta Lais Souza foi a primeira causa pessoal da plataforma, que começou apoiando projetos do GRAACC e da APAE. "Agora, a ideia é fomentar a cultura da criação de causas, porque a doação é consequência", diz Gonçalves.



(texto publicado no Metrojornal de 25 de junho de 2014)




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