Exames laboratoriais de rotina podem ajudar a diagnosticar e a monitorar doenças cardiovasculares
Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), referente a 2000 até 2040, aponta que as mortes por doenças cardiovasculares, no Brasil, tenham um crescimento de 250%. Os problemas do coração e derrames são as principais causas de óbitos dos brasileiros. Um dos fatores que contribuem para essa trágica estatística é a falta de prevenção, já que muitas doenças cardíacas, como infartos, derrames, arritmias e aneurismas, apresentam sintomas que evoluem silenciosamente e são, até mesmo, semelhantes aos de outras doenças. É o que explica o cardiologista e consultor médico do Laboratório Sabin, Anderson Rodrigues.
"As dores, desconforto, queimação ou sensação opressiva no lado esquerdo ou no meio do peito, que caminham para o braço esquerdo, são os sintomas mais comuns. Mas, essas queixas podem estar associadas a outras enfermidades, como embolia pulmonar, distúrbios gástricos, problemas musculares ou ósseos, pneumonia, entre outros", esclarece.
Há ainda, segundo o médico, outro problema que dificulta o diagnóstico precoce e agrava a situação em casos de infarto. São os sinais considerados atípicos, também relacionados a outras patologias, como dores no pescoço, nas costas e no estômago, falta de ar, tontura, mal estar, fraqueza, enjoo, náuseas, vômitos, dor no lado direito do peito e suor sem dor no peito.
Para evitar que essas complicações resultem em um diagnóstico tardio das doenças cardíacas, alguns simples exames laboratoriais de rotina podem detectar o risco cardiovascular. São os chamados Marcadores Cardíacos, testes que identificam substâncias liberadas no sangue quando há alguma lesão no coração ou doença cardiovascular associada.
"Com alguns exames de sangue, como Perfil Lipídico, Ácido Úrico, Homocisteína, Proteína C Reativa-Ultrassensível (PCR-us), Glicemia de jejum, Hemoglobina Glicada, Lipoproteína-a [Lp (a)], Apob, ApoA1 e outros, é possível identificar problemas cardiovasculares e monitorar a gravidade do caso. Cabe ao médico que acompanha o paciente solicitar os marcadores que mais se adequam a cada caso clínico", explica. "Até os exames de urina podem agregar para medir o risco cardíaco, como é o caso do exame de Microalbuminária", complementa.
"Vários outros exames de sangue podem somar, nas emergências e urgências, para a investigação de quadros graves de infarto, de embolia pulmonar ou de insuficiência cardíaca como Tropomina, Mioglobina, CKMB, BNP, D-Dímero, etc", completa o médico.
Esses testes serão solicitados considerando os diversos fatores que oferecem risco de uma doença cardíaca para cada pessoa, como histórico familiar de infartos e de derrames, diabetes, sedentarismo, tabagismo, hipertensão arterial, maus hábitos alimentares, estresse emocional, sobrepeso e obesidade.
Para quem já sofreu ou não com algum problema cardíaco, é possível se prevenir das doenças cardiovasculares (derrame, infarto, angina, etc) evitando e controlando os diversos fatores de risco. "Após um infarto é possível ter uma vida normal, desde que o paciente adote hábitos saudáveis e pratique atividade física regularmente", conclui.
(texto publicado na revista Leve & Leia nº 116 - ano 7 - julho de 2014)
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