Existem no nosso planeta vários povos extremamente longevos, e eles moram em diferentes regiões espalhadas pelo mundo. Muitas pesquisas foram realizadas na tentativa de descobrir fatores que se repetem nas referidas comunidades. A pergunta que guia todos os estudos é: afinal, o que fazem os moradores de todos esses lugares par viver mais e melhor?
Certas particularidades foram descobertas, muitas já bem difundidas, como a alimentação equilibrada, os exercícios moderados e regulares, os pensamentos positivos e um bom copo de vinho tinto. A meu ver, no entanto, uma coisa que verdadeiramente faz a diferença para uma longevidade com qualidade de vida (sim, porque ninguém merece viver mais e pior, não é mesmo?) é o bom convívio com familiares e amigos. As pessoas que compartilham a vida com outras, essas, sim, serão sempre mais felizes e viverão mais.
Pense no contrário. Você já ouviu falar que solidão mata? Pois é mesmo muito triste estar e se sentir sozinha, abandonada, sem nenhum apoio. A troca que ocorre no convívio com quem nos conforta eleva nossa autoestima, nos protege e, mais ainda, dá a maior força ao nosso sistema imunológico graças à liberação de enzimas e peptídeos benéficos. É como se fôssemos inundados por partículas de luz.
Fica clara a importância de cultivar as amizades, especialmente as femininas. Quando uma mulher procura um ouvido amigo de outra promoverá uma purificação emocional e alavancará seu crescimento. Não vai aqui qualquer sexismo, mas um bom ombro feminino é insubstituível. São as amigas mulheres que compreendem e confortam o nosso frequentemente tumultuado mundo interior. São elas que preenchem as lacunas dos nossos relacionamentos com os homens.
Definitivamente, a amizade entre mulheres reduz o stress - que, por sua vez, desencadeia um número imenso de doenças. Uma pesquisa encabeçada pela médica americana Laura Cousino Klein, Ph.D., em saúde bio comportamental e professora da Penn State University, sugere que a resposta feminina ao stress é mais sofisticada do que a masculina. Eles tendem ao mecanismo primitivo de lutar ou fugir. Já nós, diante de uma situação de tensão, perigo, ansiedade ou algo assim, reagimos cuidando de crianças ou nos reunindo a outras mulheres. E, quando buscamos o apoio de pares, nosso organismo libera mais oxitocina, substância neutralizadora do stress que produz efeito calmante. Ou seja, literalmente, as amigas nos ajudam a viver mais e melhor.
Talvez seja interessante pensar nisso antes de adiar mais uma vez o almoço com uma velha amiga. Convoco todo mundo a mudar velhos padrões, que nos levam a repetir e acreditar que nunca temos tempo para nada. Vamos abraçar todas as oportunidades capazes de nos proporcionar encantamento e leveza? Nesses encontros liberamos sentimentos negativos que poderiam nos fazer mal se ficassem arraigados em algum lugar dentro de nós.
É dito que alegria compartilhada é alegria multiplicada e que tristeza compartilhada é tristeza passada adiante. Acredito, de verdade, que a comunicação é um excelente remédio para resolver as tensões. Aliás, para quando mesmo você marcou seu próximo almoço com aquela amiga tão especial?
(texto publicado na revista Claudia nº 10 - ano 52 - outubro de 2013)
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