O glaucoma é a principal causa da cegueira no Brasil e no mundo. O maior perigo dessa doença sem cura, que pode ser tratada e muita gente só percebe quando fica cega, está na falta de informação. Não é exagero dizer isso, afinal mais da metade da população não conhece o glaucoma e 2% já perdeu a visão por causa dele. Daí a importância de saber que o mal é causado pela obstrução da drenagem de um líquido chamado humor aquoso, que leva ao aumento da pressão interna do olho e pode lesionar o nervo ótico, responsável pela transmissão das imagens percebidas pelo olho até o cérebro. A doença pode ser congênita, constatada no nascimento, ou adquirida quando há uma diminuição da drenagem desse líquido, o que acontece naturalmente a partir dos 40 anos ou quando há uma alteração ocular provocada, por exemplo, pela miopia, pelo diabetes, pelo uso de corticoides ou anticoncepcionais - esses dois últimos merecem atenção redobrada em quem tem casos de glaucoma na família ou está na faixa dos 40. O ideal é agendar consultas semestrais com o oftalmologista e, quem tem histórico familiar, fazer check up anual a partir dos 18 anos de idade. Caso o exame constate que a pressão ocular está alterada, ela pode ser controlada com colírio. Se não der certo, o laser entra em ação. A cirurgia é a última alternativa. Protocolo idêntico é feito ao diagnosticar o glaucoma. Em ambas as situações não é possível recuperar a visão perdida, mas dá para salvar a que se manteve desde que o colírio seja usado o resto da vida.
Vale ressaltar que muita coisa pode ser evitada ao dar a devida atenção à saúde dos olhos, o que inclui ficar fora da estimativa de que um em cada três brasileiros maiores de 16 anos nunca foi ao oftalmologista. É fundamental procurar ajuda ao notar sintomas como: visão borrada, enxergar auréolas multicoloridas ao redor das luzes e ter forte dor nos olhos. Enxaquecas, náuseas e vômitos sem justificativa aparente podem ser um sinal de alerta, assim como quando a pessoa se dá conta de que está enxergando cada vez menos com as laterais dos olhos, ficando com a visão tubular - assim classificada porque a sensação é que você está olhando por um tubo - e que costuma ser percebida ao começar a trombar na quina da porta ou da mesa, ter dificuldade para manobrar o carro e não notar que alguém está passando ao seu lado.
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