Em pé, na banheira ou com tinta verde. Saiba como alguns dos maiores nomes da literatura universal criaram suas obras-primas
10) À base de Pink Floyd
Escritor: Douglas Adams (1952-2001)
País: Inglaterra
Obra mais famosa: O Guia do Mochileiro das Galáxias
Adams gostava de escutar música enquanto trabalhava. "Shine On You Crazy Diamond", do Pink Floyd, tocou à exaustão enquanto ele escrevia O Guia do Mochileiro das Galáxias. Já na época de O Restaurante no Fim do Universo, o vício foi "One Trick Pony", de Paul Simon. Amigo de David Gilmour, do Pink Floyd, Adams batizou o último álbum de estúdio da banda, The Division Bell (1994)
9) Um gibi para espairecer
Escritor: George R. R. Martin (1948-)
País: EUA
Obra mais famosa: As Crônicas de Gelo e Fogo
É quando dá aquele branco e a inspiração não vem? A solução do autor dos livros que geraram a série Game of Thrones é ler algumas das centenas de HQs em seu acervo particular. Fã da Marvel, Martin até mandou uma carta para a editora, em 1964, aos 16 anos. Em uma entrevista recente, disse que, se pudesse, gostaria de escrever histórias para o Doutor Estranho
8) Começando bem o dia
Escritor: Stephen King (1947-)
País: EUA
Obras mais famosas: Carrie, a Estranha, O Iluminado e A Torre Negra
Todas as manhãs (inclusive sábados, domingos e feriados), King caminha de 3 a 5 km. E, no trajeto, já define o que vai escrever naquele dia. Ao voltar para casa, toma um copo de água gelado (ou uma xícara de chá) e, a partir das 8h30, começa a trabalhar. Às tardes, prefere descansar e ler cartas dos fãs. As noites são reservadas à leitura, à família e aos jogos do time de beisebol Boston Red Sox
7) Mente sã, corpo são
Escritor: Dan Brown (1964-)
País: EUA
Obra mais famosa: O Código da Vinci
Brown é um "madrugador" mais radical que Stephen King. Ele acorda às 4h e faz ginástica. Às 5h, começa a escrever, mas, de hora em hora, faz uma pausa. Só que esse "descanso" é uma série de flexões, abdominais e alongamentos! Segundo o escritor, os exercícios o ajudam a manter "o sangue e as ideias em constante movimento"
6) Imagine o bafo!
Escritor: Honoré de Balzac (1799-1850)
País: França
Obras mais famosas: A Comédia Humana e Ilusões Perdidas
O autor de A Mulher de Trinta Anos, livro que inspirou o termo "balzaquiana" era um viciado em café. Chegava a consumir 50 xícaras por dia! Ou até mastigava um punhado de grãos como se fossem amendoins. Vícios são comuns entre gênios das palavras: James Joyce (Ulysses) era apaixonado por chocolate e Mark Twain (As Aventuras de Tom Sawyer) só escrevia fumando charuto
5) Assina ou morre!
Escritor: Paulo Coelho (1947-)
País: Brasil
Obras mais famosas: O Alquimista e Brida
O autor não aceita mais participar de noites de autógrafo. Criou um trauma depois que foi ameaçado por uma multidão enfurecida com o anúncio do fim de uma feira de livros, em Buenos Aires, e por um "admirador" que puxou um revólver na hora de exigir sua assinatura, em Zagreb, na Croácia. Em ambos os casos, Coelho atendeu ao público
4) Síndrome de Adão
Escritor: Alexandre Dumas (1802-1870)
País: França
Obras mais famosas: Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo
Para se forçar a trabalhar até concluir um livro, ele entregava todas as roupas a um criado. Assim, não poderia sair de casa (a não ser que curtisse um passeio pelado!). Ele também gostava de acordar cedo, sentar-se debaixo do Arco do Triunfo (um dos principais cartões-postais de Paris) e devorar maçãs. Dumas adorava a fruta: pura, em compota, em geleia, em cidra...
3) Os reis das varizes
Escritor: Victor Hugo (1802-1885)
País: França
Obras mais famosas: O Corcunda de Notre Dame e Os Miseráveis
Em pçé, apoiado em uma mesa e na frente de um espelho. Era assim que ele gostava de escrever. A mania começou na ilha de Guernsey, na Normandia, para onde se mudou em 1851, quando Napoleão III assumiu a França. Goethe (Fausto), Virginia Woolf (Mrs. Daloway) e a novelista Glória Perez também são exemplos da "literatura vertical"
2) A cor da esperança
Escritor: Pablo Neruda (1904-1973)
País: Chile
Obra mais famosa: Cem Sonetos de Amor
Na autobiografia Confesso Que Vivi, o poeta chileno revelou que só conseguia usar tinta verde (um símbolo de sua fé em um futuro melhor). Jamais escrevia com azul, preto ou vermelho. Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), deixou um poema inacabado só porque seu estoque acabou. Dez dias depois, quando chegou uma nova provisão, Neruda já havia perdido a inspiração e preferiu não retomar a obra
1) Banho de inspiração
Escritora: Agatha Christie (1890-1976)
País: Inglaterra
Obras mais famosas: Assassinato no Expresso do Oriente
Durante anos, repórteres britânicos pediram para fotografar Agatha no trabalho, em sua escrivaninha. Mas ela nunca aprovou a ideia. O motivo só veio a público em sua autobiografia, lançada postumamente em 1979. Nela, a autora revela que não usava escrivaninha. aliás, sequer escrevia na sala ou no quarto. Ela entrava na banheira, cheia de água morna, e lá bolava suas histórias. "O lavatório com tampo de mármore era um ótimo lugar para escrever", confessou. Apaixonada por água, ela até surfou durante uma viagem para o Havaí (com o marido, em 1922. (Outro grande fã de trabalhar na banheira? O poeta brasileiro Vinícius de Moraes)
(texto publicado na revista Mundo Estranho edição 142 - agosto de 2013)
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