segunda-feira, 23 de maio de 2016

Como namorar na Roma antiga - Ovídio (43 A.C. - 17), edição de Leandro Narloch


Há 2 mil anos, o poeta romano Ovídio escreveu um grande guia de paquera: o livro A Arte de Amar. As dicas eram para homens e mulheres da Roma Antiga - mas continuam válidas hoje em dia.

1) Ide para a rua

"A multidão é útil, jovens beldades. Levem sempre seus passos errantes para fora de casa. O acaso desempenha seu papel em todo lugar: jogue sempre o anzol na água. Onde você menos espera pegar um peixe, haverá um."

2) Bebei com moderação

"O vinho prepara os corações e os torna aptos aos ardores amorosos; as preocupações fogem e se afogam nas múltiplas libações. Qual a justa medida a ser conservada ao beber? Que sua inteligência e seus pés continuem exercendo o ofício deles."

3) Preparai-vos

"Esconda os defeitos, e, o quanto possível, dissimule suas imperfeições físicas. Se você é pequena, sente-se; em pé, evite que a  creiam sentada; e estenda sua miúda pessoa sobre o leito. Mesmo lá, deitada, para que não se possa avaliar seu tamanho, jogue sobre si uma roupa que esconda seus pés."

4) Na escuridão, enganai

"Não deixe a luz penetrar por todas as janelas no quarto de dormir; muitas partes do seu corpo são favorecidas não sendo vistas à luz do dia. E mesmo você a quem a natureza recusou as sensações de amoroso prazer finja, com inflexões mentirosas, apreciar os doces júbilos. Que seus movimentos e a própria expressão de seus olhos consigam nos enganar!"

5) Sede um corno manso

"O melhor é ignorar tudo. Deixe-a ocultar suas infidelidades e não a force a mudar sua fisionomia para fugir ao rubor da confissão. Razão a mais, jovens, para evitar surpreender suas amantes. Que elas os enganem, e que enganando-os elas pensem que os estão enganando!"

6) Se levardes um fora

"Evite reler as cartas de sua amante que você guardou; almas firmes ficam abaladas quando releem tais cartas. Jogue tudo impiedosamente no fogo, por mais que isso lhe custe, e diga 'Que esta seja a fogueira que amortalhará o meu amor!"


(texto publicado na revista Super Interessante edição 252 - maio de 2008)

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