Nome: Ricardo Stiepcich
Profissão: empresário
Atitude transformadora: criou uma escola para oferecer cursos profissionalizantes gratuitos a pintores
Em 2011, Ricardo Stiepcich comemorava trinta anos no comando da empresa de tintas da família, a Futura, em Guarulhos, quando sentiu vontade de colaborar na melhora da formação de seus principais clientes. "Percebi que a maioria dos pintores era pouco especializada e, apesar de demonstrar vontade de aprender, não tinha recursos para investir nisso", lembra. Sua primeira iniciativa foi criar uma espécie de "agência" para indicar profissionais a construtoras da capital. Três anos depois, levou a história mais adiante, e fundou a Universidade Futura do Pintor, instalada em um prédio de 2 000 metros quadrados na Rua Paraupava, no Belenzinho, na Zona Leste. Ali, são ministrados cursos gratuitos divididos em duas áreas: Escola, voltada para iniciantes no ofício: a Academia, dirigida a profissionais já inseridos no setor. Em pouco mais de um ano, a instituição formou 238 alunos. O custo mensal de manutenção, estimado em 120 000 reais, é bancado pela companhia de Stiepcich.
Os programas duram em torno de um mês, com aulas de técnicas como o uso de gel envelhecedor, a percepção das cores e o estudo de superfícies, entre outras. Uma vila fictícia, com cinco casas, serve de campo de testes para a aplicação prática do ensino teórico. Há ainda conteúdos relacionados à gestão de negócios. As sessões são ministradas por colaboradores voluntários. Para ser aceito, o interessado - que recebe os materiais de graça - precisa passar por uma entrevista. Na conclusão do curso, a turma realiza um mutirão solidário em uma instituição de caridade. Entre as que já foram agraciadas com a ação estão a Comunidade Terapêutica Filhos da Luz, em Carapicuíba; o Asilo São Vicente de Paulo, em Guarulhos; e a Creche Menino Deus, na Freguesia do Ó, na Zona Norte. Os "formados" comemoram a mudança no status profissional. "Minha demanda de trabalho dobrou, não tenho mais horário disponível até novembro", afirma Altamir Martiniano, pintor há vinte anos, que passou pela reciclagem em dezembro último. "Eles são verdadeiros artistas, só precisam de uma lapidação", afirma Stiepcich.
(texto publicado na revista Veja São Paulo de 4 de maio de 2016)
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