Nestes dias de altas temperaturas, com banhistas dividindo espaço no mar e nas piscinas, forma-se uma atmosfera propícia para o contágio por fungos causadores de onicomicoses, nome científico da popular e temida micose de unha. Existem cerca de 230 mil tipos de fungo e por volta de 100 deles podem causar infecções. Em condições favoráveis, como ambientes com muita umidade e calor, os fungos se reproduzem rapidamente e dão origem a um processo infeccioso que, dependendo do causador, pode ser superficial ou profundo. Porém, se engana quem acha que onicomicose só se contrai no verão. Abafar pés e mãos, machucar e traumatizar as unhas também são fatores relacionados ao aparecimento do problema.
A micose caracteriza-se pela alteração da cor, espessamento e/ou deslocamento da unha do seu leito ungueal, ou seja, da pele. A cor da unha alterada pode variar entre esbranquiçada, amarelada, esverdeada ou castanha. Muitas vezes, a alteração da tonalidade já dá uma ideia do tipo de fungo causador da micose da unha. Geralmente, a cor esverdeada indica infecção por leveduras ou bactérias. O tratamento da micose inclui desde o uso de cosméticos próprios para combater o problema até a aplicação de laser sobre o local afetado e só terá sucesso a partir do momento em que o fungo for totalmente eliminado, um vez que ele se alimenta da queratina, substância que forma as unhas. Em geral, a micose nas unhas das mãos leva cerca de seis meses para ser curada e, nas dos pés, por volta de um ano. A solução passa pela aplicação de esmaltes com antifúngicos, específicos para esse tratamento, e, se a doença estiver acometendo mais de 30% da lâmina ungueal ou estiver afetando a matriz, será necessário associar o tratamento com medicamentos via oral. É importante lembrar que existem exames para identificar o tipo de fungo (micológico direto e cultura), que ajudam a direcionar o tratamento com os diferentes remédios disponíveis no mercado.
Outro fator que compromete a beleza e a saúde das unhas é o envelhecimento do organismo, que pode resultar em unhas esbranquiçadas e quebradiças, sem brilho, com estrias longitudinais e causar a redução do crescimento. Com o passar dos anos, a cor originalmente translúcida se torna mais amarelada e opaca. Nos pés, as unhas podem ficar duras e grossas, e suas pontas podem se partir. Por causa disso estão mais sujeitas a sofrer infecções crônicas, principalmente fúngicas, por causa da menor circulação sanguínea das extremidades.
Independentemente de cada situação, o cuidado principal com as unhas refere-se à higienização adequada e ao corte cuidadoso, com instrumentos limpos e esterilizados, para se evitar infecções. Quanto ao corte, o ideal é que seja mantido no formato levemente oval ou reto, para evitar encravamento ou descamação. Cortar de maneira errada, em especial se os cantos forem manipulados excessivamente, é maior causa de formação de unhas encravadas, que muitas vezes necessitam de tratamento cirúrgico para a sua correção.
A retirada ou não da cutícula é outro aspecto muito questionado. É possível ficar sem mexer nas cutículas e ter unhas bonitas e saudáveis. Mas quem tem o hábito de removê-las ao fazer as unhas semanalmente não terá problemas. O único ponto em que é necessário maior alerta está no fato de que sejam utilizados instrumentos esterilizados.
(texto publicado na revista Contigo nº 2004 - 13 de fevereiro de 2014)
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