sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A alta ansiedade precisa de limite - Nicki Weber


Ela é o novo mal do século, segundo o psiquiatra Augusto Cury. Veja como reconhecer os sintomas e aprenda a lidar com esse problema

"Muitos pensam que o mal do século é a depressão, mas existe outro talvez mais grave, só que menos percebido: a ansiedade causada pelo excesso de pensamentos ou síndrome do pensamento acelerado (SPA)", revela o psiquiatra Augusto Cury em seu mais recente livro, Ansiedade - Como Enfrentar o Mal do Século (Editora Saraiva). Segundo o autor, essa síndrome atinge mais de 80% das pessoas, incluindo crianças. Conheça os vícios modernos que causam o problema e aprenda a administrá-lo. Com serenidade.

Conheça melhor os vícios modernos

"Não são só as drogas psicotrópicas que viciam, mas também o excesso de informação, de trabalho cerebral, de atividades, de preocupação, de uso de celular", afirma Augusto Cury. Além de causar alta ansiedade, esse excesso vira um entulho mental e prejudica a nossa capacidade criativa, de observação e de assimilação. Em consequência, reduz o prazer de viver, a generosidade, a afetividade e a capacidade de pensar antes de agir. Mas, mesmo diante de tantos estímulos, é possível afastar esse mal fazendo uma higiene mental. 

Até criança sofre...

O excesso de estímulos, atividades, brinquedos, propagandas, uso de celular, videogames, TV e informações escolares satura a memória também das crianças, fazendo suas mentes trabalharem em níveis jamais vistos. "Hoje, uma criança de 7 anos tem mais informação do que tinha um imperador no auge da Roma antiga", diz o psiquiatra. "Mas criança precisa ter infância, aprender a lidar com a emoção, colocar-se no lugar do outro, pensar antes de reagir e aquietar a mente." Caso contrário, ela se tornará uma pessoa instável, insatisfeita, irritadiça e intolerante.

Especialista ensina a "limpar" sua mente

Vivemos como se a nossa mente fosse um computador onde, como "deuses", podemos registrar e deletar tudo o que queremos. "Mas isso é impossível", alerta Cury. "O cérebro leva cinco segundos para registrar tudo o que vemos ou vivemos. E essa memorização é automática". Por isso, é fundamental aprender a desacelerar os pensamentos. Uma das técnicas desenvolvidas por Cury para isso é usar a DCD - essa abreviação significa duvidar, criticar e determinar. Trocando em miúdos, Cury afirma que cabe a cada um de nós duvidar de tudo o que nos aprisiona, criticar cada ideia que nos fere e determinar aonde queremos chegar em nossa qualidade de vida e em nossas relações sociais.



(texto publicado na revista AnaMaria nº 929 - 1º de agosto de 2014)






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