sábado, 13 de agosto de 2016

A eterna chama dos Jogos Olímpicos


Olhemos com atenção para o atleta que leva na sua corrida a tocha, símbolo dos Jogos Olímpicos. Há orgulho em seu porte, dignidade em suas passadas, firmeza em suas mãos. Mais adiante voltaremos a falar dele, do papel que tem representado nas modernas celebrações desta grande festa esportiva que se repete de quatro em quatro anos. Por enquanto, apenas olhemos com atenção para sua corrida, seu olímpico gesto.

O que pensaria o leitor se lhe disséssemos que, por trás desse gesto, existem séculos e séculos de história? E que esse atleta, na verdade, descende em espírito de antigos heróis dos tempos de Zeus e outros deuses do Olimpo? Ou que, de uma forma mais do que simbólica, a chama da tocha empunhada por ele arde há quase três mil anos?

Uma viagem de volta pelos caminhos da história dos Jogos Olímpicos, antigos e modernos, talvez seja o bastante para mostrar ao leitor que há mesmo muito de eternidade na chama, no atleta e no gesto. E que o esporte, afinal, começou a nascer com o primeiro homem, o ser primitivo das cavernas, e só com o último há de desaparecer.

Os gregos e suas festas religiosas

Iniciemos nossa viagem de volta. Primeiro, até a Grécia antiga, uma das mais importantes e cultas civilizações da história. Pois bem, foi lá que a chama olímpica iluminou pela primeira vez uma competição esportiva. Quando, exatamente, é impossível dizer. Mas os gregos costumavam disputar corridas nas quais cada competidor empunhava uma tocha apagada. A linha de chegada era próxima ao altar de Zeus, onde uma pira ardia noite e dia, em honra do supremo deus do Olimpo. Cada corredor que cruzava a linha acendia sua tocha na pira e a erguia triunfalmente. Mas só o primeiro a chegar tinha direito a prêmios: um ramo de oliveira e um jarro cheio de azeite. Pode parecer pouco, mas eram prêmios cobiçadíssimos.

Tais corridas existiram por muito tempo e o mais antigo registro que se conhece delas data de cerca de 430 a 420 anos antes de Cristo. Ao que parece, faziam parte não propriamente do programa de provas dos Jogos Olímpicos que os gregos realizavam a cada quatro anos, mas de uma série de cerimoniais que antecediam àquelas provas, mais ou menos com as atuais solenidades de abertura. Como se vê, uma festa que começou há muitos séculos, os atletas de hoje descendendo daqueles da velha Grécia.

É verdade, os gregos de então tinham lá suas manias. Coisas que aos olhos de outros povos da época talvez parecessem estranhas. Como o hábito de homenagear os deuses com um festival esportivo que incluía saltos em altura e distância, arremessos de peso, lutas e corridas. Difíceis provas cujos vencedores ganhavam, além da possível graça de Zeus, não mais do que aquele jarro de azeite e o singelo ramo de oliveira.

Mas por que tais festivais? Será que os deuses realmente se sentiam honrados com tais disputas? E qual o motivo de, sendo tão cultos e adiantados para a sua época, tão preocupados com as artes, a filosofia, a poesia, atividades do espírito, enfim, os gregos darem tanta importância a provas atléticas, o corpo valendo mais que o espírito?

Os gregos acreditavam que "mente são em corpo são" podia levar o homem a grandes feitos. E em todos os campos, tanto no das conquistas materiais como no das coisas do espírito. Praticar esporte, já sabiam eles, nada mais era do que seguir os mais primitivos instintos humanos: correr, saltar, transpor obstáculos, lutar pela sobrevivência. Já não faziam exatamente a mesma coisa os nossos ancestrais das cavernas? Não corriam atrás de sua caça, não tentavam abatê-la com suas pedras e lanças, não tinham de saltar sobre rios, árvores tombadas, o que houvesse em seu caminho, ou de se empenhar em combates corpo a corpo com animais selvagens ou mesmo com eventuais inimigos humanos? Seguindo esses instintos os gregos criaram suas provas esportivas. Sabiam que elas lhes apuravam a rapidez, a força e a habilidade. E eram gratos aos deuses por isso. Os Jogos Olímpicos - assim chamados por que celebrados em Olímpia, bosque sagrado na margem direita do Alfeu, na antiga Élida, onde fora erguido um templo aos deuses do lendário Olimpo - eram portanto uma festa tão religiosa quanto esportiva.

Da decadência romana a um barão sonhador

Não se conhecem muitos detalhes dos antigos Jogos Olímpicos. É grande o número de histórias e lendas que contam sobre suas origens. Só a partir de 776 antes de Cristo os cronistas começaram a anotar os nomes dos campeões, mas é certo que muito antes disso eles já existiam. Sabe-se, por exemplo, que os festivais esportivo-religiosos deixaram de se celebrar no bosque sagrado entre os séculos V e IX antes de nossa era. E que em 884, ainda antes de Cristo, o rei Ífito os recriou por sugestão de Pítia, sacerdotisa encarregada de interpretar os oráculos de Delfos. Ífito andava muito triste, desesperado mesmo com a peste que já destruíra metade de seu reino. Pítia, depois de ouvir os deuses, disse ao rei:

- Eles intervirão, se vós reviverdes os Jogos Olímpicos.

Isso em 884 antes de Cristo. Depois, seguiram-se anos e anos de celebrações religiosas de quatro em quatro anos. Até que os romanos entraram na história. Como se sabe, foi no século II, já da nossa era, que a Grécia foi anexada à província de Macedônia. Tudo que era seu - o povo, os costumes, a cultura - foi assim incorporado ao Império Romano. Uma civilização chegava ao fim, outra tornava-se cada vez mais poderosa.

Os romanos tentaram manter por longo tempo a tradição dos Jogos Olímpicos. mas, como tudo que copiaram dos gregos, o fizeram mal. As competições já não tinham um caráter sagrado, mas bárbaro. Os atletas já não competiam limpamente em corridas, saltos, arremessos e lutas inofensivas, pelo simples prazer de ganhar um ramo de oliveira, mas se viam metidos em sangrentos combates nas arenas dos circos, lutando pela própria vida contra feras, gladiadores e escravos, enquanto um público igualmente selvagem clamava por sangue e morte nas arquibancadas.

Os Jogos Olímpicos passaram assim por um período de decadência em terras romanas, até que no ano de 390 o imperador Teodósio I, com a consciência pesada por ter mandado trucidar 10 mil escravos gregos em Tessalônica, procurou Ambrósio, bispo de Milão, e pediu-lhe um remédio para sua alma torturada, algo que lhe devolvesse a paz interior. Ambrósio sugeriu que ele simplesmente pusesse fim aos Jogos Olímpicos, que afinal não eram uma festa cristã e sim um evento primitivo e pagão.

Foi assim que a chama ficou séculos e séculos meio apagada, aguardando que alguém viesse reacendê-la com toda a força. O esporte, as atividades físicas de um modo geral viveram anos de ocaso durante a Idade Média. Em parte pelo ascetismo religioso, que recomendava maiores cuidados com a alma do que com o corpo, mas em parte também porque os governos só permitiam a prática de exercícios que tinham alguma coisa a ver com as artes militares, o hipismo, a esgrima, o arco e a flecha. Afinal, eram tempos de guerra, de sede de conquistas.

O século XIX, porém, foi um período de grandes transformações no mundo. Uma delas o nascimento do esporte moderno, a partir do desarquivamento das antigas provas gregas e de outros jogos que durante muito tempo foram sendo criados mais ou menos clandestinamente (um deles, por sinal, o futebol). É então que entra em cena Pierre de Fredy, o Barão de Coubertin, nobre francês que vivia lendo livros sobre os anos dourados da extinta civilização grega. Foi dele - com o apoio de outros helenistas - a ideia de reviver, em tempos modernos, os velhos festivais de Olímpia. Uma foram de unir os povos pelos ideais do esporte. Como antigamente, quando os gregos chegavam a interromper suas guerras para cumprirem religiosamente os jogos, a cada quatro anos.

A ideia do barão vingou, os jogos foram recriados. Em sua fase moderna, aconteceram pela primeira vez em 1896, em Atenas (poderia haver cidade do mundo mais adequada?). E a chama voltou a brilhar novamente.

Da olímpica Atenas à poética Amsterdã

Apenas 285 atletas, todos homens, participaram dos I Jogos Olímpicos da era moderna. Naquele 1896 é muito provável que nem nos sonhos de Coubertin os jogos pareciam ter o futuro tão grandioso que lhe estava reservado. Tudo foi muito feito às pressas. Os gregos reconstruíram correndo seu estádio em forma de U, tentaram fazer tudo exatamente como havia sido nos tempos dos deuses, organizaram uma bonita festa. Houve, porém, muita improvisação. As provas de natação foram disputadas, não numa piscina, mas nas águas do Pireu. As distâncias dos saltos e arremessos eram medidas com uma precária fita métrica. Nada parecido com o que acontece hoje em dia.

Houve um grande herói naquela festa pioneira: Spiridon Loues, pastor de ovelhas das colinas sde Marousi, que acabou ganhando a maratona, prova criada justamente para os I Jogos Modernos. Ideia do helenista Michel Bréal, professor da Sorbonne de Paris, que com ela pretendia lembrar o feito de Fidípedes, mensageiro que teria corrido os 42 quilômetros da cidade de Maratona a Atenas para avisar aos gregos que Milcíades havia derrotado os persas numa batalha travada em 490 antes de Cristo. Os deuses parecem ter protegido o grego Loues, pois sendo ele um dos menos cotados da prova - na verdade nunca havia corrido antes numa competição esportiva - ficou com a medalha de ouro.

As três primeiras décadas da história dos Jogos Olímpicos modernos foram muito marcadas por episódios assim, inesperados, imponderáveis, um pouco contrários à lógica. Nada mais natural, já que o esporte ainda não era a sofisticada atividade de hoje, com toda a ciência e tecnologia de nossos dias fabricando atletas e campeões. Da mesma forma, não chegavam a despertar grande interesse nos primeiros tempos. Por exemplo, os segundos que se realizaram, em 1900, chamaram menos a atenção do que a Exposição Universal que acontecia em Paris simultaneamente. Houve até quem pensasse que os jogos eram apenas uma das atrações da exposição. Novamente a improvisação imperou, desta feita a "piscina" sendo um pedaço do Sena. Embora os parisienses tenham visto nascer um novo herói ainda maior que Loues - o americano Ray Ewry, que na infância tivera parilisia infantil e agora conquistava três medalhas de ouro - os seus jogos conseguiram ser mais tímidos e modestos que os de Atenas.

Os americanos tentaram fazer melhor em 1904, quando St-Louis foi escolhida como sede dos jogos. Mas também havia lá uma Feira Mundial, de modo que a história de Paris se repetiu. Heróis? Nem isso. Houve um cubano que cismou em participar da maratona, saiu de Havana sem um tostão no bolso, foi pedindo ajuda em praça pública, um níquel aqui, outro ali, até arranjar o suficiente para a longa viagem até St-Louis. Chamava-se Félix Carvajal. Nem mesmo era um corredor, apenas um sujeito meio maluco que jurava ser capaz de repetir o feito de Spiridon Loues. O fato é que, milagrosamente, conseguiu um quarto lugar. E foi considerado "o mais ilustre perdedor" dos Jogos Olímpicos desde a antiga Grécia. No mais, nada. Houve erros, improvisações, exageros, um "vencedor" da maratona que pediu carona de automóvel para não se cansar muito, mas nenhum herói.

Os ingleses encararam mais seriamente os jogos de 1908 do que os franceses e americanos haviam feito nos anos anteriores. Mas não foi o bastante. O que aconteceu em Londres nos IV Jogos da era moderna foi um festival de frustrações. Para começar, choveu o tempo todo, as provas de pista e campo foram muito prejudicadas pelo aguaceiro e o lamaçal. Houve muitos protestos durante todas as competições, contra o estado das pistas, as instalações dos atletas, os juízes, os regulamentos, tudo. E, no meio de tanto protesto, o herói dos jogos foi um perdedor: o italiano Dorando Pietri correu admiravelmente toda a maratona, mas faltou-lhe fôlego nos metros finais, caiu várias vezes na pista, os juízes o ajudaram a levantar-se, ele correu mais um pouco, nova ajuda, até cruzar a linha segundos antes do americano John Hayes. Pietri, é claro, foi desclassificado, mas sua heroica corrida comoveu de tal forma os ingleses que a Rainha Alexandra decidiu conferir-lhe um troféu especial.

Os suecos sempre foram um povo esportivo, daí se esmeraram ao máximo para fazer dos jogos de 1912, em Estocolmo, algo à altura dos antigos gregos. E o conseguiram. Foram os primeiros jogos realmente organizados da era moderna. Não houve falhas, nem protestos, nada que pudesse deixar à posteridade alguma sombra em relação ao que os suecos conseguiram realizar. Um herói: o índio americano Jim Thorpe. Ele ganhou as medalhas de ouro no pentatlo e no decatlo. O Rei Gustavo V fez questão de apertar-lhe a mão e dizer-lhe: "Você é o maior atleta do mundo". Só que Thorpe sofreria, em seguida, uma campanha racista em seu próprio país: dirigentes esportivos alegando que ele era um "amador marrom" (ou falso amador) para pedir que o Comitê Olímpico Internacional lhe cassasse os títulos e as medalhas. O que foi feito. Só quase 30 anos depois de sua morte em 1953, pobre e esquecido num hospital de Lomita, Califórnia, ele foi reabilitado, com o Comitê Olímpico Americano reconhecendo a injustiça.

Ao contrário do que acontecia com os antigos gregos, as guerras já não eram interrompidas para que se realizassem os jogos, mas foram os jogos que tiveram de fazer uma pausa para que o mundo entrasse em guerra. Ou melhor, em 1916 ninguém falou em Jogos Olímpicos ou esporte pelo simples motivo de haver uma guerra mundial estremecendo toda a Europa.

Em 1920, a paz e o esporte estavam de volta à Antuérpia, simpática cidade belga. Foram jogos tristes. Muitos atletas que bem poderiam estar ali disputando medalhas haviam morrido nos campos de batalha. Uma missa solene, celebrada pelo Cardeal Merciar (aliás, um herói de guerra) acabou fazendo parte da cerimônia de abertura. Era uma missa pelas vítimas do conflito que chegara ao fim dois anos antes. Tudo muito sombrio. Mas, de qualquer foram, um herói começava a surgir ali, o finlandês Paavo Nurmi, que então, como nos próximos oito anos, seria o grande vencedor da maioria das corridas de fundo que se disputassem nos jogos.

Paris reabilitou-se em 1924. Tendo uma segunda chance de patrocinar a grande festa, tratou de aproveitá-la. Tudo foi bem organizado dessa vez, nada pôs o esporte em segundo plano, nos resultados técnicos foram muito bons. Nurmi, como era esperado, brilhou. Mas outro herói surgia então: John Weissmuller. Jovem nadador americano, um fenômeno do estilo livre, ganharia medalhas de ouro, bateria recordes e iniciaria uma carreira que o levaria, anos depois, a ser um astro do cinema, como Tarzã, o Rei das Selvas. Weissmuller foi um dos superstars dos jogos de Paris.

Amsterdã era uma cidade tranquila, cheia de poesia, em 1928. Os jogos que se realizaram ali, naquele ano, foram os melhores até então: pela repercussão, pelo fato de o mundo inteiro tomar conhecimento deles, pela organização impecável. E mais: por ter sido em seus campos e pistas que as mulheres foram pela primeira vez aceitas como competidoras do atletismo (o barão, sonhador mas conservador, sempre fora contra a participação feminina no esporte). Weissmuller e Nurmi brilharam de novo, mas melhor seria que se escolhesse, em lugar de um herói, uma heroína, para render tributo à alegre entrada da mulher no universo olímpico.

A alegre Los Angeles, a gigantesca Berlim

Assim como os franceses tiveram uma nova chance em 1924, os americanos foram presenteados com a sua, em 1932, quando Los Angeles foi incumbida de apagar a má impressão deixada por St-Louis 28 anos antes.

Foram jogos muito bem organizados, os primeiros que resultaram de um investimento milionário, muitos dólares sendo gastos para que tudo saísse a contento. Foram, também, jogos alegres, atletas do mundo inteiro encarando realmente como uma festa o "olimpismo" pelo qual tanto se batera o sonhador Coubertin. Se quatro anos antes deveria ter sido escolhida uma heroína, agora a tarefa era das mais fáceis: ninguém melhor do que a americana Mildred Didrikson para retratar o que houve de mais significativo em Los Angeles e para deixar claro, definitivamente, que a mulher tinha no esporte um papel tão importante quanto o sexo oposto. Mildred, ou Babe como era conhecida, ganhou duas medalhas de ouro (80 metros com barreiras e arremesso do disco), ambas com recordes mundiais, e teria conquistado uma terceira, se o juiz da final do salto em altura, equivocadamente, não considerasse seu salto irregular. Grande atleta, depois disso se converteria em notável jogadora de tênis, golfe e basquete.

Os jogos de 1936, em Berlim, podem ser definidos numa palavra: gigantescos. Tudo foi feito em grandes proporções, a organização, o fantástico investimento dos alemães, o conforto para os atletas, as condições para que em suas pistas, campos, piscinas, fossem batidos recordes e mais recordes. Foram, sem dúvida, os mais políticos jogos da história. Hitler e seu regime nazista haviam subido ao poder três anos antes. Era claro o interesse do III Reich de capitalizar os jogos como propaganda de sua força, capacidade de realização, gigantismo. Os americanos chegaram a ameaçar não mandarem seus atletas a Berlim, apoiados numa acusação de que havia uma política anti-semita imperando no esporte alemão. Mas, como não foi possível comprová-la, lá foram os americanos tentar disputar com os alemães - e com todo o mundo - as medalhas de ouro.

Entre outras coisas, Hitler pretendia que os jogos fossem uma espécie de confrontação, da raça ariana, que ele julgava superior, com todas as outras raças, em especial a negra, os americanos tendo a base de sua equipe de atletismo constituída por atletas negros.

Os mais perfeitos jogos realizados até então ("gigantescos" continua sendo o termo adequado), os que se cumpriram em Berlim, em 1936, marcariam o fim de uma época. E, por ironia, frustariam o Führer alemão, na medida em que seus atletas arianos pouca coisa fariam diante da magnífica atuação dos "inferiores" negros americanos. Nisso tudo, um herói: Jesse Owens. Um dos maiores esportistas de todas as épocas, detentor de vários recordes mundiais nas corridas e nos saltos, foi a grande estrela daqueles jogos. Enquanto seus irmãos de raça - Archie Williams, Cornelius Johnson, Ralph Matcalfe e John Woodruff - ganhavam suas medalhas de ouro e prata para desmoralizar toda a teoria nazista. Owens não fazia por menos: vencia as provas de 100 e 200 metros rasos, a de salto em distância e ainda integrava a equipe americana do revezamento 4 por 100, ficando assim com quatro medalhas de ouro. Para Hitler, era demais. O Führer acabou saindo do estádio, indignado, no dia em que Owens ganhou a última de suas medalhas. Gigantescos jogos os de Berlim - mas no brilho das quatro peças de ouro que Jesse Owens passou a ostentar, orgulhosamente, no peito, havia muito daquela chama eterna que simboliza a verdadeira grandeza dos Jogos.


(texto publicado no Fascículo I da História dos Jogos Olímpicos - Atlantic)

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