Aquilo que cientistas vêm quebrando a cabeça há décadas para conseguir - um sistema confiável para detectar o câncer em seus estágios iniciais - pode estar bem na frente de seu nariz. Ou melhor, do focinho de seu cachorro. Uma clínica da Califórnia, nos Estados Unidos, anunciou ter treinado cinco cães - três labradores e dois cães d'água portugueses - para farejar câncer. Segundo o coordenador do estudo, o médico Michael McCulloch, os animais são capazes de detectar sinais da doença na respiração dos pacientes.
O índice de acerto para os casos de tumor no pulmão, de acordo com McCulloch, foi de 99%. E de 88% nos de câncer de mama. Não existe, hoje, nenhum teste de laboratório tão acurado. A pesquisa foi feita com 86 pessoas doentes e 83 voluntários saudáveis. Eles respiraram em tubos plásticos recheados com polipropileno, que foram submetidos ao faro canino.
Desde a década de 80, sabe-se que pessoas com câncer de pulmão liberam pela respiração uma variedade de derivados alcano e benzeno - o que facilitaria o trabalho dos animais. Apesar disso, especialistas receberam a notícia com reserva. Consideram que a suposta descoberta é boa demais para ser verdade.
Pesquisas anteriores já sugeriam que os cães são capazes de farejar câncer de pele e de bexiga. Mas em nenhuma delas os animais tiveram índices de acerto tão consistentes.
(texto publicado na revista Época nº 409 - 20 de março de 2006)
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