terça-feira, 17 de maio de 2016

As mulheres mais saudáveis do mundo - Deborah Franklin



Como a reportagem é de 1997 alguns dados provavelmente estão desatualizados, mas decidi postar o texto pelo modo de vida dessas pessoas. 


Elas vivem, em média, 84 anos. Sua alimentação é à base de peixes, arroz, legumes frescos, tofu, algas e carne de porco. Mas a dieta é só uma parte do segredo das habitantes de Okinawa - grupo de ilhas subtropicais localizado a sudoeste do Japão.O modo como essas mulheres vivem é a outra parte da magia: trabalho, independência e intenso convívio social fazem bem para a alma. Muito mais para o corpo. Uma receita que pode dar certo em qualquer lugar.

Muito, muito tempo atrás vivia em uma aldeia junto ao mar um rapaz chamado Urashima. Diziam que ele foi um príncipe rico e belo; outra versão é a de que ele era um mestre pescador, cujas redes brilhavam cheias de peixe mesmo quando outros menos afortunados apanhavam apenas algumas lulas. Por mais que variem os detalhes dessa antiga fábula, as aventuras de Urashima ganham mais dramaticidade no dia em que ele pára na praia para salvar uma enorme tartaruga, cercada por um bando de crianças que a golpeavam com galhos.

Para recompensar a bondade de Urashima, a tartaruga o convida a mergulhar até um reluzente palácio de coral e espuma. Nessa terra encantada e fascinante, conhecida como Paraíso das Tartarugas, a vida é feliz, cheia de música e bons amigos. Ninguém sente fome ou solidão. E ninguém envelhece.

Uma propaganda da Varig tendo como personagem Urashima Taro


Hoje, o conto de fadas mais apreciado no Japão tem um novo viés, confirmado por cientistas que buscam o segredo da longevidade. O Paraíso das Tartarugas existe, segundo os pesquisadores. É um grupo de ilhas subtropicais, localizado 400 milhas náuticas a sudoeste da ilha principal do Japão. Esse arquipélago de coral, situado à mesma distância de Hong Kong e de Tóquio, é, há alguns séculos, um posto avançado onde se mesclam culturas e culinárias. Muito antes de ser anexado pelo Japão, em 1879, foi o lugar em que esse país avesso a estrangeiros ingressou na dança comercial com o restante da Ásia e, 50 anos atrás, na guerra contra os Estados Unidos. O Paraíso das Tartarugas, afirmam os pesquisadores, é Okinawa.

Velhos e fortes

Imagine que, hoje, os homens americanos vivem, em média, 72 anos; as mulheres, respeitáveis 79. Mas a expectativa média de vida no Japão aumentou, nas últimas décadas, para 76 anos (homens) e 83 (mulheres). Nenhuma outra região do Japão ou do mundo apresenta longevidade maior que Okinawa. Ali, a idade da mulher chega aos 84, em média. Quem tem 100 anos ou mais apresenta documentos para comprovar o que afirma.

Os mais idosos nativos de Okinawa não são apenas velhos, como mostram os registros - são incrivelmente saudáveis. Muitos conseguem adiar ou evitar a osteoporose, o câncer de próstata e de mama, o diabetes, o entupimento das artérias, o derrame e outras doenças, que em outros lugares tendem a sugar a vida antes de roubá-la.

Pesquisadores que estudam os mais idosos dizem que é como se os habitantes de Okinawa tivessem conseguido prolongar a parte média de suas vidas, em vez da final. Os segredos de Okinawa, aparentemente, estão mais ligados ao modo como você vive do que quem você é, e isso significa que a magia vital da ilha deve funcionar em qualquer outro lugar, da mesma forma que no Paraíso das Tartarugas.

Japão com Suingue

Okinawa é o Japão com suingue, uma cultura híbrida, onde os quimonos formais são pintados com ousadas formas geométricas, palmeiras agitam-se ao lado das tranquilas cerejeiras e a precisão e a pontualidade japonesas são temperadas por um ritmo suave, conhecido localmente como "tempo de Okinawa".

Okinawa é, e sempre foi, um lugar à parte, a começar pela comida. "O primeiro segredo da longevidade aqui é a carne de porco", explica Kazuhiko Taira em um café á beira-mar, por trás de uma suculenta tigela de caldo com macarrão, algas e costeletas de porco. Magro e bonitão aos 50 anos, Taia ganha a vida estudando os idosos, como gerontólogo e epidemiólogo em Nishihara (Okinawa), na Universidade dos Ryukyus. (Durante os 400 anos anteriores ao domínio japonês, as ilhas foram soberanas e conhecidas como Reino dos Ryukyus).

Em sua ronda pela ilha, Taira mede a pressão dos velhos e indaga sobre dieta, sono e passatempos, mas está igualmente interessado nas histórias que lhe contam. Uma peixeira de 97 anos, por exemplo, atribui sua longa vida a um ritual matutino: uma massagem com água fria e um punhado de grãos de soja tostados, ingeridos com uma lata de Coca-Cola. "Ela me contou que prefere cerveja, mas recentemente mudou para Coca porque custa a metade do preço", diz Taira. Uma avó de 101 anos, que sustentou a família nos anos magros da guerra vendendo arroz, diz a sua filha de 70 que se quiser viver bastante deve comer muito peixe e legumes. "Mas sempre guarde um quinto do estômago vazio", adverte a anciã. Sábio conselho. 

Embora as recomendações dos idosos para manter a longevidade nunca terminem na alimentação, parecem sempre começar por aí. Cientista meticuloso, Taira expressa sua opinião de maior efeito: "A cozinha de Okinawa é muito saudável - e muito, muito gordurosa".

Carne de porco à mesa

A carne de porco que Taira elogia tem dominado a culinária local há seis séculos, desde que os porcos domésticos desembarcaram de navios mercantes chineses. Além da suculenta sopa de macarrão, o soba de porco escolhido por Taira e os medalhões de pernil empanados com sementes de gergelim, o cardápio oferece pés de porco cozidos, sopa de miúdos e picadinho de orelhas à vinagrete - lembranças de um velho ditado usado para assustar os visitantes do Japão central: "Pode-se comer os procos desde as unhas até o rabo - tudo, menos a voz". Com a pequena quantidade de carne utilizada em qualquer prato, e com os métodos de cozimento que retiram a gordura, essa culinária só pode ser considerada gordurosa quando comparada à dieta historicamente espartana dos japoneses.

Como os Estados Unidos, o Japão do pós-guerra havia colhido os benefícios dos antibióticos, da água limpa e da refrigeração dos alimentos; a morte por doenças infecciosas estava muito abaixo da verificada uma geração antes. Assim mesmo, os japoneses ainda morriam aos 60 e poucos anos, não tanto de doença cardíaca como de derrame. O problema: excesso de sal e deficiência de proteínas e gorduras.

O fato surpreende a maioria dos americanos, habituados a pintar a gordura e seu "filho", o colesterol, como anjos da morte. Mas a gordura é o cimento dos tijolos de proteína, quando se trata de construir a manter a membrana exterior das células do corpo. A maioria dos americanos tem de se esforçar para reduzir o nível de colesterol até o limite recomendado pela Associação Americana do Coração: 200 mg% de sangue. Quando o nível de colesterol está baixo demais - menos de 100 -, é sinal de que não se está consumindo gordura suficiente.

O alto consumo de sal também aumenta os riscos. Os japoneses ingerem, em média, de 12 a 14 gramas de sal por dia, quase 50% a mais que a maioria dos americanos. Uma dieta com tanto sódio pode aumentar perigosamente a pressão, sobretudo em pessoas com predisposição genética ou quando combinada à carência de cálcio, potássio e magnésio.

A pressão alta e as membranas celulares enfraquecidas eram os principais demônios ligados à dieta japonesa até os anos 70. Os vasos sanguíneos dos cérebros dos idosos fatalmente estouravam, causando sangramento interno, conhecido como derrame hemorrágico. O derrame matava duas vezes mais pessoas que o câncer.

Ao examinar tudo isso, as autoridades de saúde japonesas perceberam que os nativos de Okinawa apresentavam taxa de derrames hemorrágicos muito menor que a do Japão central e índice de doença cardíaca bem abaixo ao dos Estados Unidos e da maior parte da Europa.

Arroz, missô e algas

Uma das primeiras coisas que os pesquisadores - incluindo Taira - investigaram foi a dieta alimentar de Okinawa. "As diferenças que encontramos eram notáveis", diz. Nas décadas anteriores a 60, os adultos japoneses comiam de sete a nove tigelas de arroz por dia, complementadas por seis a nove tigelas de sopa de soja (missô) e pequenas porções de algas ou legumes em conserva. Os legumes frescos eram muito menos comuns. Toda a proteína e não era muita - um pedaço de arenque salgado ou lascas de peixe seco misturadas ao arroz, um pedaço de peixe fervido ou salgado no jantar algumas vezes por semana.

Mas os pesquisadores japoneses advertem que, assim como há doenças causadas pelos excessos, não se deve comer com muita simplicidade. O Instituto Nacional de Saúde e Nutrição do Japão salientou que a maioria dos japoneses havia "exagerado na alimentação frugal e no arroz cozido", confiando nela para suprir até 80% das calorias.

Fritada de tofu com legumes

Os porcos não foram a única importação da China: vegetais fibrosos, ricos em vitaminas, como inhame e batata-doce, há muito são fundamentais na dieta de Okinawa, tanto quanto o arroz. A carne de porco é refogada durante horas até derreter na boca, e a gordura é frequentemente removida da superfície. Depois, a carne é mergulhada em um molho de açúcar mascavo e conhaque de arroz (awamori) para ganhar sabor. Os pedaços são acrescentados à sopa ou ao macarrão, ou ainda ao arroz, que então é frito com cenouras, rabanetes e legumes verdes. O toucinho que sobra é usado em quantidade maior que no Japão, mas mínima segundo os padrões americanos, em uma especialidade regional chamada champuru - leve fritada de tofu com legumes frescos. O Sudeste Asiático é, provavelmente, a origem da mistura de gengibre e açúcar mascavo que dá a muitos pratos locais um sabor defumado-adocicado, que lembra melado de cana. Em Okinawa, apreciam-se temperos picantes como em nenhuma outra parte do Japão.

Os habitantes locais comiam três vezes mais carnes (e sua gordura) que os do Japão central, 50% mais tofu e 40% menos sal. Ao consumir mais legumes frescos que em conserva, os nativos ingeriam mais vitaminas e fibras e menos sal que os moradores do Japão central. Isso ajuda a explicar seus índices muito menores de câncer de estômago e de cólon.

Yukio Yamori, patologista da Universidade de Kyoto e colaborador de Taira, chefia há 15 anos um estudo da Organização Mundial de Saúde sobre as relações entre dieta e longevidade, em 25 regiões ao redor do globo. Yamori acha que vários aspectos da dieta de Okinawa - além de gordura, fibras e proteínas - devem interessar aos americanos. "Tofu e outros derivados de soja são ricos em isoflavonóides - substâncias semelhantes ao estrógeno, capazes de impedir a osteoporose, ao ajudar a absorção de cálcio", diz. "Também podem ajudar a explicar os índices de câncer de mama e de próstata verificados no Japão, menores que nos Estados Unidos".

Mais soja, menos osteoporose

Yamori salienta que sua mais recente pesquisa, feita no Japão e no Havaí com mulheres pós-menopausa, mostrou que as que comiam mais soja tinham ossos mais densos. Se a descoberta foi comprovada, diz, pode-se explicar por que as japonesas idosas - especialmente as de Okinawa - sofrem muito menos fraturas ósseas do que as americanas, embora as japonesas consumam muito menos cálcio.

Os frutos do mar e as algas que os japoneses de Okinawa comem todos os dias, segundo o cientista, são excelentes fontes de proteínas e de ácidos graxos ômega-3, que ajudam a manter as artérias desobstruídas e reduzir o risco de doenças cardíacas. "Descobrimos que as pessoas que comem peixe várias vezes por semana têm menor probabilidade de sofrer doença cardíaca do que as que raramente fazem isso", diz Yamori.

As implicações para os americanos são claras - e não é preciso gostar de algas ou picadinho de orelhas de porco. Um esforço para reduzir as calorias diárias em 25% ou 30% equivalerá à dieta dos habitantes de Okinawa. Podem comer carne se quiserem, mas não tanta, diz Yamori. Mesmo hoje, quando massas e saladas são quase tão apreciadas quanto bolo de carne e costelas gordas, os americanos consomem, em média, 344 gramas de carne por dia - mais que o triplo da média ingerida pelos moradores de Okinawa. Ao reduzir a carne, sugere o pesquisador, experimente comer peixe quatro vezes por semana e coloque alguns pedaços de tofu no refogado de legumes. E pelo menos alguns dos agentes anticancerígenos presentes nas algas verde-escuras são encontradas em folhas escuras.

Ativas para sempre

Taira orgulha-se da culinária local, mas tem certeza de que apenas alimentar-se corretamente não o levará ao Paraíso das Tartarugtas. "Aqui, temos o ditado de que 'alimento é remédio'", diz. "Mas isso é apenas uma parte da resposta. O segundo e talvez mais importante segredo de Okinawa para uma vida longa e saudável é o que chamamos de yuimaru.

Hiroko Sho, amiga de Taira, alegra-se em explicar. A simpática e elegante senhora de 63 anos, viúva do último herdeiro do imperador Ryukyu, é vice-diretora de Saúde e Educação de Okinawa. Yuimaru, diz Hiroko, vem da palavra japonesa "círculo" e "ligação", e é o que faz as aldeias funcionarem. "O trabalho e a independência sempre foram muito importantes para nós", conta. "Mesmo que seus filhos não morem mais na aldeia, as pessoas mais velhas querem continuar morando em suas casas o maior tempo possível e trabalhando, seja nos campos ou tecendo, seja no mercado ou na peixaria."

"Uma anciã, por exemplo, pode ter uma peixaria durante muito tempo. Em sua juventude, ela se levanta cedo e vai ao atacadista comprar peixe. Quando envelhece, algum vizinho faz isso por ela. Assim, ela pode continuar tendo seu negócio. A quantia que recebe diminui aos poucos. Mas o importante é que alguém compra o que ela vende", diz Sho. "Talvez a gente nem coma, apesar de não dizermos isso a ela. Isso é yuimaru." É essa sensação de pertencer, de ser necessário, acredita Sho, que faz uma pessoa querer se levantar e abrir sua peixaria aos 103 anos.

"Hoje, yuimaru é uma palavra bonita à qual nos apegamos", diz o fazendeiro Hiroichi Yonamine, de 63 anos. "Mas quando meu pai era jovem, yuimaru era  tão vital para a sobrevivência que as pessoas não falavam nele; o viviam." O pai de Hiroichi, Takejo, de 103 anos, é um homem impertigado que, em 1947, perdeu sete filhos. Com a ajuda do restante da família, Takejo reconstruiu sua fazenda de cana-de-açúcar no centro-sul de Okinawa. Hiroichi fala com carinho sobre o modo como o pai conseguia provisões para a família durante a guerra, quando os Yonamine eram obrigados a fugir de caverna em caverna durante a noite, abrigando-se dos tanques e das granadas.

Espírito solidário

Esse tempo difícil não foi esquecido. Em um domingo de primavera, duas gerações da família de anciãos reúnem-se ao redor de uma mesa baixa forrada de bolinhos fritos, frutas e doces de açúcar mascavo. Hiroichi senta-se de pernas cruzadas ao lado do pai, parando de tempos em tempos para completar sua xícara de chá de jasmim. Em Okinawa, conta Hiroichi, os vizinhos fazem parte da família. Todas as mãos devem se unir na tarefa da colheita, de erguer um celeiro ou construir um túmulo familiar. 

Como cada vez mais pessoas no Japão vivem além dos 80 ou 90 anos, o governo está interessado em descobrir um modo de mantê-las vitalizadas. Com esse objetivo, Taira iniciou uma nova pesquisa, comparando a vida dos moradores mais idosos de três lugares: Akita, aldeia no norte do Japão central, que tem muitos descendentes de imigrantes de Okinawa; Naha, capital da ilha, no centro-sul; e Ogimi, aldeia esquecida pelo tempo no norte de Okinawa.

Até agora, o estudo de Taira revelou algumas diferenças que ele já esperava. Os aldeões de Naha e Ogimi comem menos sal e mais carne, legumes e tofu que os de Akita. A menor incidência de câncer, hipertensão e fraturas do fêmur em Naha e Ogimi refletem os hábitos alimentares. Mas o que lhe interessa são as atividades física e social.

Os invernos em Akita são longos, gelados e úmidos. Não é de surpreender, então, que os idosos dali sejam sedentários na maior parte do ano, diz Taira. O que é mais difícil explicar é por que os idosos da aldeia de Ogimi são muito mais ativos fisicamente que os de Naha, apesar de compartilharem o mesmo clima ameno. Quando Taira pediu a idosos saudáveis de ambos os lugares que usassem pedômetros durante alguns dias, para ter noção do nível de atividade, descobriu que as pessoas de Ogimi davam quase o dobro de passos que os demais. Questionários confirmaram que os moradores de Ogimi também pareciam mais felizes. Taira suspeita que seja mais um efeito do yuimaru.

Beber, dançar, conversar

"É verdade que respeitamos muito os idosos em toda Okinawa", diz. "Mas, nas cidades, quando se mora sozinho ou mesmo com os filhos, é mais fácil deixar de frequentar o centro comunitário, ver os amigos e parar de fazer exercícios. O convívio social é tão importante para o corpo como para a alma."

Ushi Okushima é prova disso. Bronzeada e enrijecida pelo trabalho na terra de Ogimi durante 95 anos, com seu 1,40 m é uma mulher pequenina, mas autoritária. Seus filhos, com exceção de um, 13 netos e 20 bisnetos, vivem na cidade distante. Mas ela se contenta com as visitas que lhe fazem. Se deixasse Ogimi por mais de dois dias, quem cuidaria da fazenda?, pergunta. Pisando cuidadosamente entre as fileiras de feijão, cenoura, tomate, rabanete e mamão. Okushima agacha-se para retirar um besouro de uma folha de repolho chinês. "Aqui, tenho amigos e vizinhos. Nas noites de verão, andamos pela praia até depois das 7 ou 8 horas. Dançamos, bebemos awamori, conversamos durante horas. Nos divertimos muito. Se eu fosse para Naha, acho que morreria."

Perto da praia, onde os visitantes chegam a Ogimi, há um marco de boas-vindas em calcário, uma homenagem à famosa longevidade dos aldeões. Esculpidas na rocha escura em caracteres japoneses estão as palavras de outro velho ditado de Okinawa: "Aos 70 você ainda é uma criança; aos 80, um jovem. E se aos 90 alguém lá do Céu o chamar, diga-lhe: 'Ah, vá embora; volte quando eu tiver 100'".


(texto publicado na revista Mais Vida nº 13 - janeiro de 1997)

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