O tema dos podcasts do Chris Allmeida foi o perdão em um modo geral, isto é, o perdão aos outros, mas principalmente o perdão a si mesmo.
Fiz algumas postagens a respeito desse assunto e no final do ano passado escrevi uma bem específica com o título "Eu perdoo".
Sei que já disse antes mas como o tema dessa semana é muito importante gostaria de repetir que a primeira coisa que fiz quando comecei a intensificar o processo de autoconhecimento foi perdoar os meus pais, pois as crenças que tenho superado me foram passadas por eles e percebi que o único modo de deixar o passado para trás é perdoando.
Eu me lembro de alguns momentos de raiva e de revolta em relação à minha mãe. Uma das vezes foi quando meu pai sofreu um AVC e tanto ela como eu estávamos morando fora do Brasil: ela no Japão e eu na Itália. A minha mãe voltou assim que o meu pai teve o derrame, mas não quis ficar e por isso eu voltei para casa. Foram anos muito difíceis porque estava diante de uma nova situação: de filha passei a ter que agir como mãe de meu pai. Ainda bem que ele se mexia, me ajudava com os trabalhos domésticos enquanto eu trabalhava.
A revolta só passou quando a minha mãe voltou de vez para o Brasil, mas os outros sentimentos só consegui superar quando resolvi deixar o passado para trás de vez e isso aconteceu no final de 2010. Eu me fiz as seguintes perguntas: Alguém me obrigou a voltar para o Brasil ? Meu pai me pediu ? A minha mãe me pediu ? Eu não fui obrigada a voltar, eu voltei porque quis simplesmente. Então não tinha motivo para ficar revoltada, com raiva ou outro tipo de sentimento. E só agora entendo isso. Ninguém faz nada contra você, só você mesmo por permitir que isso aconteça. Parece complicado, mas é simples assim. A falta de perdão faz com que fiquemos revivendo o mesmo fato várias e várias vezes. Ficamos alimentando um sentimento de raiva, de mágoa, de ressentimento que nos amarra ao passado e pelo seu reforço repetitivo acaba se tornando uma crença. É importante saber que não basta perdoar as pessoas propriamente ditas, mas aquelas que ficaram dentro de nós. Fazendo assim na verdade estamos nos perdoando porque entendemos que fomos nós que deixamos isso acontecer.
Perdoar os outros é importante mas segundo o ho'oponopono devemos antes de mais nada nos perdoar e percebi que já o estou praticando e isso ficou muito evidente na turma de intensivo que comecei no início da semana.
A última vez que dei aula nas férias foi em janeiro de 2010, isto é, há exatamente 2 anos, e percebi como mudei o modo de me comportar na aula e a percepção em relação aos alunos. Antes eu ficava preocupada se algum aluno não aprendia ou por algum motivo não simpatizava comigo. Agora simplesmente tenho consciência que faço a minha parte, a outra cabe ao aluno. Tudo na vida é assim. Quando falamos mal de alguém porque vemos nele algo que não nos agrada, deveríamos sempre nos perguntar o motivo e não será difícil chegar à conclusão de que nós também temos aquela característica em nós. A mesma coisa acontecia quando me sentia culpada pelo aluno não entender a matéria. Se isso acontecesse com TODOS os alunos aí eu teria que rever o meu modo de ensinar, mas entendi que se só alguns têm dificuldade a única coisa que posso fazer é fazê-los entender e ajudá-los na medida do possível.
A minha intuição me guiou muito bem quando disse para escolher como primeiro assunto os vídeos do "Efeito Sombra". Ao nos aceitarmos, consequentemente nos perdoamos, nos amamos e tudo flui maravilhosamente em nossa vida. E paramos de projetar no outro os nossos próprios defeitos ou de nos culpar por tudo que acontece.
Tudo deve partir de nós mesmos para depois chegar no outro.
Mas tenho consciência que tenho ainda muito para aprender. Mas agradeço pelo fato de ser disciplinada, focada e persistente.
Um abraço!!!!
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