Elas podem ocorrer em qualquer parte do corpo e o dermatologista é capaz de indicar o melhor tratamento. Por meio de biópsia, se preciso, ele constatará se é uma verruga causada por vírus ou outro tipo de lesão cutânea, como o câncer de pele. As que se formam nos órgãos genitais da mulher devem ser tratadas adequadamente, pois às vezes são precursores de tumores cancerígenos.
Verrugas são alterações cutâneas ásperas e elevadas que surgem em qualquer parte do corpo, do couro cabeludo à planta dos pés. Elas são causadas pelo vírus papiloma humano (HPV), uma família que engloba mais de 130 tipos.
Em geral indolores, as lesões proeminentes aparecem sobretudo na face (próximo ao nariz e à boca), pescoço, braços, dedos, joelhos, tórax e coxas. Quando aparecem na sola dos pés, chamadas popularmente de olhos de peixe, causam desconforto e muita dor, porque são empurradas para dentro da pele durante o caminhar.
Essas pequenas verrugas, que aparecem solitárias ou em grupos, são causadas por tipos de HPV diferentes daqueles que acometem o ânus, a vagina, o pênis e o períneo, região situada entre o ânus e os órgãos genitais. Nas mulheres, dependendo do tipo de vírus, pode estar relacionada ao câncer de colo de útero caso não seja adequadamente tratada.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 50% da população mundial sexualmente ativa tem HPV genital. Há dois tipos de vacina. Uma delas dá proteção contra quatro tipos de HPV genital: 6, 11, 16 e 18. Dois deles, o 16 e 18, são os mais agressivos e, se não tratados, podem levar ao câncer de colo uterino. No SUS, a vacina quadrivalente, ou seja, contra os quatro vírus, é oferecida somente para as meninas. Mas meninas e meninos devem se vacinar no começo da puberdade, antes de iniciar a atividade sexual.
As verrugas causadas por HPV genitais são transmitidas nas relações sexuais, por meio de sexo genital, anal e oral. Mães infectadas podem passar para o feto no parto.
Já o contágio das lesões cutâneas que se formam nas outras partes do corpo ocorre no contato de uma pessoa com a outra, com objetos infectados, ou por autoinoculação (introdução de um vírus existente no próprio corpo, por exemplo, quando se coça uma verruga e leva a mão à boca). Os pacientes imunodeprimidos (com defesas imunológicas fracas), sobretudo os que apresentam quadros causados por doenças imunosupressoras e os que fizeram algum tipo de transplante, são os mais suscetíveis ao aparecimento de verrugas.
Há vários tratamentos para essa doença viral e o combate depende também do sistema imunológico do paciente. Nas crianças, é comum surgirem mais de uma vez nas bordas dos dedos. Param de se formar quando o menor entra na adolescência e adquire imunidade contra o vírus.
O diagnóstico é feito por um dermatologista, que irá avaliar o local e o tamanho da lesão. Além de biópsia, feita com fragmentos das verrugas, se o diagnóstico clínico se mostrar duvidoso pode-se realizar exames ginecológicos como Papanicolau, colposcopia e peniscopia. Quanto antes o tratamento iniciar, maior a chance de cura e menor o risco de disseminação.
Na maioria das verrugas, o uso de cremes contendo imunomoduladores acelera o combate ao vírus. Se as verrugas estão em local que causa desconforto, são exuberantes e antiestéticas, ou estão na região genital, as opções são cauterização química ou remoção cirúrgica por meio de eletrocauterização ou crioterapia (queima com nitrogênio líquido a 196 graus negativos). Por menor que seja, a verruga nunca deve ser cortada com tesoura ou alicate. Isso poderia levar à infecção e ao agravamento da lesão.
(texto publicado na revista Caras edição 1094 - ano 21 - nº 43 - 24 de outubro de 2014)
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