domingo, 19 de junho de 2016

A espinha humana

A coluna é composta de 33 vértebras, mas como ela suporta nosso corpo e, ao mesmo tempo, proporciona tanta flexibilidade?

A espinha humana é composta de 33 vértebras, 24 das quais são articuladas (flexíveis) e nove que normalmente se fundem na maturidade. Situa-se entre a base do crânio e a pélvis, onde termina no cóccix - um traço remanescente da cauda que nossos ancestrais tinham.

As funções primárias das vértebras são suportar o torso e a cabeça, que protege nervos vitais e a medula espinhal, e permitir a mobilidade do indivíduo. Situando-se próximas uma das outras, separadas apenas por discos intravertebrais que funcionam como ligamentos e compõem juntas entre os ossos, as vértebras formam uma coluna que mantem a cabeça na posição ereta. Também fornecem uma base para as costelas se unirem e protegerem os órgãos vitais internos do corpo humano.

As vértebras não são fundidas, pois precisam se mover. Elas são agrupadas em cinco tipos - cervicais, torácicas, lombares, sacrais e coccígeas. As sacrais se fundem durante a maturidade (na infância e na adolescência) e se tornam ossos sólidos na base da espinha. As vértebras coccígeas fundem-se em alguns casos, mas estudos revelaram que, de fato, elas permanecem separadas. Coletivamente, são chamadas de cóccix. O restante das vértebras permanece separado, com os discos entre elas permitindo que se movam em várias direções sem desgastar os ossos. As vértebras cervicais do pescoço possibilitam grande movimento, fazendo que a cabeça se mexa para cima e para baixo e de um lado a outro. As torácicas são bem mais estáticas, pois as costelas resistem ao movimento. As vértebras lombares permitem pouca rotação e movimento modesto de um lado a outro. Uma característica da coluna vertebral é sua curvatura, necessária para distribuir o peso do corpo, a fim de garantir que nenhuma vértebra receba todo o impacto.

Curvatura espinhal

Se você olhar a coluna vertebral humana, verá algumas curvas distintas. As razões básicas disso são a distribuição do peso através da coluna vertebral e a sustentação do corpo. A curva mais familiar é a lombar, entre as costelas e a pélvis. Ela se desenvolve quando começamos a caminhar, entre os 12 e os 18 meses, e ajuda a distribuir o peso durante a locomoção. Antes disso, desenvolvemos a curva cervical, que nos permite suportar o peso da nossa cabeça, ao redor de três a quatro meses de vida, e as duas curvas menores e menos óbvias na coluna vertebral (as curvas torácica e pélvica) são desenvolvidas durante a gestação.

Medula e nervos espinhais

A medula espinhal humana é uma estrutura composta de células nervosas e de tecido protetor. Divide-se em 31 seções diferentes e tem cerca de 40-45 cm desde o cérebro até entre a primeira e a segunda vértebras lombares. Embora mais citada com relação ao cérebro, há tanto matéria branca como cinzenta na medula espinhal. A matéria branca contém traços de axônio cercados de gorduras e vasos sanguíneos. Já a cinzenta possui mais células neurais, como dendritos, mais axônios e células de glia. As lesões na medula espinhal são, em geral, causadas por trauma - que, se quebra os discos intravertebrais e as vértebras, pode perfurar a medula espinhal, resultando em perda de sensibilidade. O rompimento da medula pode causar paralisia.

Como o crânio é ligado à coluna vertebral

O crânio é ligado à coluna vertebral por meio da junta atlanto-occipital, criada pela vértebra C1 (atlas) e o osso occipital situado na base do crânio. Essa vértebra singular não tem "corpo" e mais parece um anel que uma vértebra. Fica no alto das vértebras cervicais e se liga ao osso occipital por meio de uma junta elipsoidal, possibilitando movimentos para cima e para baixo e a rotação da cabeça. A junta elipsoidal é onde uma conexão ovoide (neste caso, o osso occipital) se posiciona em uma cavidade elíptica (a vértebra C1). O restante das vértebras cervicais também ajuda a suportar o peso da cabeça.



(texto publicado na revista Como funciona nº 3 - ano 1)






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