Segundo um estudo que analisou latas de cerveja em contato com água suja, o selo (aquela proteção de alumínio que recobre a tampa de algumas marcas) atrapalha. Apesar de o teste ter sido realizado por um órgão considerado referência na área - o Centro de Tecnologia da Embalagem, ligado ao governo de São Paulo -, seus resultados causaram polêmica porque a pesquisa esconde uma disputa comercial. De um lado está o Sindcerv, que tem como associados 5 grandes cervejarias - a principal é a Ambev, que encomendou o tal estudo sobre o selo e que detém as marcas Skol, Brahma e Antarctica. Do outro está a Cervejaria Petrópolis, que fabrica a Itaipava e a Crystal, as duas únicas cervejas com selo de alumínio no Brasil. Deixando a briga de lado, alguns especialistas concordam que o selo permite a passagem e a retenção de água junto à tampa. "E a umidade é um dos principais fatores que favorecem a multiplicação das bactérias", diz o biomédico Eneo Alves da Silva Jr., consultor do Programa Alimentos Seguros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas nada de pânico com ou sem selo, a contaminação não passa de 4% do máximo tolerado. "Na literatura médica, não há registro de doença transmitida por latas de alumínio", afirma Eneo. Se mesmo assim você estiver grilado com as condições de higiene da lata, lave a tampa com água. O líquido elimina mais sujeira que o guardanapo, que só tira o excesso.
(texto publicado na revista Super Interessante edição 250 - março de 2008)
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