sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Saiba a diferença entre rosácea e acne - Dra. Daniela Schmidt Pimentel


Inofensiva, a  rosácea é um problema dermatológico que provoca vermelhidão constante nas bochechas, nariz, queixo e testa. Em alguns casos pode progredir para orelha, tórax e costas. O desenvolvimento desse problema se inicia na terceira e quarta décadas de vida, sendo mais frequente em mulheres. Tem como característica o aparecimento de edema e pequenos vasos sanguíneos que podem ser acompanhados por pústulas e nódulos, como se fosse uma espinha. Apesar de ser confundida com a acne adulta, a rosácea não tem nenhuma relação clínica com acne.

Embora não tenha uma causa conhecida, predisposição genética e tipo de pele somados a fatores como luz solar, vento, usos de bebidas alcoólicas, temperaturas extremadas, alimentos com excesso de condimentos, como a pimenta, por exemplo, estão entre os fatores que ajudam a desencadear ou agravar o quadro. Medicamentos que provocam dilatação dos vasos, alterações hormonais e fatores emocionais também podem provocar o problema. Na fase pré-rosácea, há uma vermelhidão discreta na face que se agrava com surtos de rubor, que é chamado de flushing, o qual tem duração variável, onde também surgem algumas lesões que desaparecem espontaneamente. Porém, com a evolução do problema, a pele fica avermelhada, inchada e não retorna à sua textura e cor natural.

De acordo com a frequência dos surtos e o desenvolvimento das lesões, esse problema cutâneo pode ser dividido em quatro fases clínicas: Grau I apresenta vermelhidão persistente com ou sem vasos sanguíneos, que afetam a área central da face. Com o Grau II, nas áreas de vermelhidão da face surgem pápulas e pústulas, além de edema. Pode se estender até a área de implantação do cabelo, região pré-auricular e colo. No Grau III, formam-se placas vermelhas e inchadas, principalmente nas regiões inferior da face e nasal, e surgem nódulos inflamatórios que podem formar abscessos, e o Grau IV é o quadro agudo de aparecimento súbito, com intensa reação inflamatória, nódulos e acúmulo de pus. Dos pacientes que sofrem de rosácea, cerca de 50% apresentam comprometimento ocular. Nesses casos, o acompanhamento com oftalmologista é imprescindível. Cabe ressaltar que não há correlação entre o grau da rosácea cutânea e a ocular.

Como em qualquer tratamento clínico, o da rosácea também segue padrão individualizado. As opções terapêuticas são de uso tópico e sistêmico. Durante o tratamento, o paciente deve fazer uso de foto protetores nos cuidados diários, e pode ser como cor para camuflar a vermelhidão. Existem cosméticos com cor verde para contrastar com o vermelho, melhorando o aspecto da rosácea. É importante evitar o uso excessivo de sabonete e soluções alcoólicas pela ação irritativa na pele.




(texto publicado na revista Contigo nº 2030 - 14 de agosto de 2014)


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