domingo, 28 de setembro de 2014

Só no canudinho - Sophia Braun


Sobremesa típica da Sicília, os cannoli fazem sucesso no cardápio de restaurantes paulistanos

Aberto em fevereiro, o restaurante italiano MoDi, em Higienópolis, costuma registrar espera de quarenta minutos por uma mesa. Mais difícil do que sentar, porém, pode ser provar uma das trinta unidades de cannoli (ou cannolo, no singular) preparadas diariamente - que não raro acabam rapidinho. Na irresistível receita do chef e sócio Diogo Silveira, os tubinhos de massa frita recheados de ricota típicos da Sicília, pequena ilha no sul da Itália, são preenchidos com uma mistura de queijos de cabra e de búfala, açúcar de confeiteiro e raspas de limão siciliano. "Como esse creme é muito perecível, faço uma quantidade pequena para não sobrar", justifica.

O MoDi engorda a cada vez mais extensa lista de restaurantes que oferecem versões do quitute, até alguns anos atrás presente em pouquíssimos cardápios. No Ella, em Pinheiros, a sobremesa também faz sucesso desde a abertura, em março de 2013. "Representa um terço do consumo mensal de doces", estima o proprietário Alexandre Romano. Ali, o creme é feito só com ricota de búfala mais calda de laranja, passas ao rum e pistache. E, desde 2011, o chef Carlos Bertolazzi oferece a guloseima com frutas cristalizadas e lascas de chocolate no Zena Caffè, no Jardim Paulista. "O cannolo tem a vantagem de aceitar bem as variações", explica. No começo, seus cilindros eram fornecidos pelo confeiteiro Alexandre Leggieri, que ajudou a dar visibilidade à receita com a abertura da Cannoleria Casa di Dante, na Consolação, há três anos.

Um dos primeiros a levar o doce para o meu foi o Taormina, no Jardim Paulista. Há catorze anos, a fórmula fixa de almoço inclui um cannolo em tamanho mini para escoltar o café. "As pessoas me telefonam de todas as partes para fazer encomendas", conta a proprietária Helena Maria Zamperetti Morici, que se prepara para abrir uma rotisseria anexa ao restaurante. Ela usa ricota de ovelha, frutas cristalizadas e raspas de laranja para decorar.



(texto publicado na revista Veja São Paulo de 13 de agosto de 2014)




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