domingo, 28 de dezembro de 2014

"Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos" (Marquês de Alorna) - Luiz Marins


Estamos sujeito a terremotos na vida empresarial ou pessoal. O que fazer?

Passado o terremoto de Lisboa (1755), o rei Dom José perguntou ao general Pedro D'Almeida, Marquês de Alorna, o que se havia de fazer. Ele respondeu ao rei: "Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos". Essa resposta simples, franca e direta tem muito a nos ensinar.

Muitas vezes temos em nossa vida empresarial ou pessoal "terremotos" avassaladores como o de Lisboa no século XVIII. A catástrofe é tão grande que perdemos a capacidade de raciocinar de forma simples, objetiva. Esses "terremotos" podem ser de toda ordem: um lote de produtos com defeito que saiu de nossa indústria para o mercado sem que tenhamos detectado a tempo: produtos contaminados que causaram problemas; erros incorrigíveis cometidos por nossos funcionários em relação ao nosso melhor cliente etc.

Todos estamos sujeitos a "terremotos" na vida. Quem está competindo no mercado sabe que há "falhas geológicas" indetectáveis sob nossos pés, que podem gerar um "tremor" a qualquer instante sem que estejamos preparados.

O que fazer?

Exatamente o que disse o Marquês de Alorna: "Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos". E o que isso quer dizer para a nossa vida empresarial e pessoal?

Sepultar os mortos significa que não adianta ficar reclamando e chorando o passado. É preciso esquecer. Pouco ou nada resolve abrirmos uma sindicância para descobrir os culpados. Também não adianta ficar discutindo como teria sido se não tivesse ocorrido. E a verdade é que muitas empresas e pessoas têm enorme dificuldade de "enterrar os mortos". Passado o terremoto, lembre-se, a primeira coisa a ser feita é "enterrar os mortos".

Cuidar dos vivos significa que, depois de enterrar o passado, temos que cuidar do presente. Cuidar do que ficou vivo, do que sobrou, do que realmente existe. Muitas empresas e pessoas não conseguem dar foco ao presente para "cuidar dos vivos". Vivem o tempo todo na ilusão do que poderia não ter ocorrido.

Fechar os portos significa não deixar as "portas" abertas para que novos problema possam surgir enquanto estamos cuidando dos vivos e salvando o que restou de nossa empresa ou de nossa vida.

Fechar os portos também é necessário porque, quando você está passando por um "terremoto", seus adversários e inimigos sabem de sua fragilidade e desesperança. E aí vão querer aproveitar-se de sua fraqueza. Feche os portos!

Os conselhos do Marquês de Alorna a Dom José são de uma sabedoria indiscutível. Serviram para a reconstrução de Lisboa em 1755 e servem para nossas empresas e nossas vidas pessoais neste século XXI.

É assim que a história nos ensina. Por isso a história é "a mestra da vida". Portanto, quando você ou sua empresa enfrentarem um terremoto, não se esqueça: enterre os mortos, cuide dos vivos e feche os portos!

Pense nisso. Sucesso!




(texto publicado na revista Viva S/A edição 143 - ano 11 - abril de 2013)








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