segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Anticoncepcionais que suspendem a menstruação - Dra. Rosa Neme, ginecologista


De todos esses métodos anticoncepcionais à disposição atualmente (pílulas orais, dispositivo intrauterino, implantes subdérmicos, entre outros), uma atenção especial tem sido dada atualmente aos que suspendem a menstruação. Isso porque, hoje, para muitas mulheres a menstruação acaba sendo bastante inconveniente, seja por dores que aumentam nesse período e incapacitam para as atividades diárias, seja pelo incômodo em quem tem fluxos intensos. Dentre os métodos usados, há quatro principais. As pílulas de uso contínuo, em geral, são compostas somente por progesterona. Esse hormônio, usado de forma contínua, provoca a atrofia do endométrio e tem como efeito a diminuição ou ausência do fluxo menstrual. Elas têm a vantagem de poderem ser usadas por mulheres que apresentam contraindicações do uso de estrogênio, além de hipertensas, obesas, fumantes, diabética e também por aquelas que estão amamentando, pois não passam pelo leite materno. Há também pílulas contínuas com baixas doses de hormônio. No entanto, elas podem dar escapes menstruais durante seu uso, fazendo com que a mulher tenha de suspendê-la temporariamente para interromper o sangramento.

Outra opção é o contraceptivo injetável, uma injeção trimestral que contém um hormônio derivado da progesterona que cai direto na corrente sanguínea e vai sendo liberada continuamente em pequenas doses diárias. Como a dose de hormônio é muito grande, essas mulheres podem reter muito líquido, aumentar o peso em curtos períodos de tempo, apresentar escapes, queda da libido e dores de cabeça.

Já no sistema intrauterino com progesterona (DIU) - um dispositivo plástico que é colocado dentro do útero e libera diariamente a progesterona em doses reduzidas -, a grande vantagem é que ele suspende ou reduz significativamente a menstruação, minimiza as cólicas e dura cinco anos. É um método extremamente seguro quanto à contracepção, já que não depende da tomada da paciente, além de ser amplamente usado para o tratamento de mulheres com algumas doenças ginecológicas como miomas e endometriose.

Por fim, temos o implante subcutâneo com progesterona, que consiste em um pequeno bastão flexível colocado sob a pele do antebraço e que libera pequenas doses diárias de progesterona, inibindo a ovulação. Sua durabilidade é de três anos e, assim como o sistema intrauterino, grande parte das mulheres para de menstruar. No entanto, a dosagem hormonal é um pouco maior fazendo com que alguns efeitos colaterais como inchaço, dores de cabeça e escapes sejam um pouco mais frequentes. É um bom método para melhora dos sintomas de TPM, das cólicas menstruais e da redução da menstruação.

Cada caso deve ser avaliado com o seu ginecologista para se verificar qual método se adapta a cada mulher e sua saúde.




(texto publicado na revista Contigo! nº 2037 - 2 de outubro de 2014)

Nenhum comentário:

Postar um comentário