quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Terapia flutuante - Tyara De La Rocque


Num tanque com água, sem qualquer estímulo tátil, a flutuação promete levar a altos níveis de relaxamento e bem-estar

Vivia um período muito agitado quando recebi um convite para conhecer a terapia de flutuação. A experiência, realizada dentro de um tanque escuro, preenchido com 700 litros de água, com profundidade rasa de 25 cm, prometia um estado de descanso e relaxamento intensos, trazendo a sensação de bem-estar e fortalecimento do sistema imunológico. Fui atrás de informações e parti para experimentar o tal procedimento.

Minutos antes de iniciar o tratamento, faz-se uma pequena preparação: a bexiga deve estar vazia, joias e lentes de contato são guardadas e tomar uma ducha é essencial para retirar a oleosidade da pele. Também é preciso vestir uma roupa de banho, tapar os ouvidos com protetores auriculares e cobrir arranhões ou cortes com curativos de silicone. Iniciada a sessão, nenhum estímulo sensorial externo é recebido. Para chegar a esse efeito, o tanque é totalmente escuro, à prova de som, e a água, mantida na temperatura média do corpo humano (35,5ºC), acalma. Essa temperatura é conhecida como ponto neutro para os receptores da pele - isso significa que a água não cria qualquer sinal para a pele identificar como um estímulo tátil. Também são diluídos no tanque 350 quilos de sal medicinal para que a pessoa possa flutuar sem qualquer tipo de esforço.

Chegado o dia da minha sessão, lá estava eu, no Instituto Vector Equilibrium, no Butantã, em São Paulo, pronta para flutuar. Os primeiros instantes foram difíceis: demorei a me acostumar com o isolamento do espaço fechado, escuro e silencioso. A mente não aquietava, o corpo queria se movimentar e parecia impossível desligar. Passada essa fase, fui me tranquilizando e comecei a me entregar à experiência. Uma hora depois, quando é anunciado o fim da sessão, meu corpo estava relaxado. Segundo Fernando Silva, pesquisador da terapia, durante a flutuação ocorre a liberação de endorfina no corpo, e uma hora de imersão ali equivale a quatro a seis horas de sono profundo. Para conseguir entrar em um estado intenso de relaxamento são recomendadas, no mínimo, três sessões iniciais. "A terapia ajuda a melhorar insônia, ansiedade, depressão, doenças cardíacas, estresse, alívio de traumas emocionais, alinhamento da coluna vertebral, entre outros benefícios", garante Silva.


(texto publicado na revista Vida Simples nº 150 - setembro de 2014)












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