quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Suor - Bruna Bittencourt


Verão é sinônimo de praia, sol a pino e, inevitavelmente, transpiração. Tire já suas dúvidas sobre o tema e conheça os tratamentos para quem sua demais

O incômodo é inevitável, mas a verdade é que suar sinaliza que seu organismo está em ordem e funcionando bem. "O papel da transpiração é regular a temperatura corporal, processo que chamamos de homeotermia", explica a dermatologista Thais Pepe, responsável pela área de dermatologia dos hospitais Santa Joana e Pro Matre, em São Paulo. Assim como outras características do corpo humano (a velocidade do metabolismo e as reações a certos medicamentos, por exemplo), o suor varia muito de pessoa para pessoa, sendo difícil medir quanto é normal transpirar - e quando. O mais comum, claro, é que isso aconteça em situações que elevam a temperatura corporal, como durante a atividade física intensa e em dias muito quentes. Mas há também a transpiração desencadeada por momentos de estresse, ansiedade e irritação. "Nesses casos, ocorre a libertação de hormônios, como a adrenalina e a noradrenalina, que estimulam as glândulas sudoríparas a produzir mais suor", explica a dermatologista Carolina Ferolla, de São Paulo. O problema torna-se mais grave se começa a interferir na vida social - algumas pessoas se sentem envergonhadas com a blusa molhada, evitam dar a mão aos outros por ter as palmas sempre úmidas ou chegam a escorregar nos sapatos porque os pés estão encharcados de suor. "São situações que caracterizam o quadro chamado de hiperidrose ou sudorese excessiva", diz Thais Pepe. Aí vale consultar um médico, pois pode haver alterações hormonais e outros distúrbios.

Nem todo suor tem cheiro

Acredite: uma coisa não necessariamente tem a ver com outra. O suor, basicamente, é composto de sais minerais e potássio, ambos naturalmente sem odor. O que dá o mau cheiro, denominado bromidrose, é a presença de grande quantidade de bactérias nas regiões que transpiram. "Elas se alimentam do suor e criam um ciclo, pois, quanto mais transpiração, mais se proliferam", afirma o dermatologista Jayme de Oliveira Filho, coordenador do departamento de Cosmiatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Segundo ele, a saída é eliminar esses micro-organismos com antibióticos de uso tópico, como sabonetes antissépticos, ou medicação por via oral.

É verdade ou não?

O que se come influencia na transpiração

"Alguns alimentos, como alho e cebola, estimulam, sim, a sudorese", diz Carolina Ferolla. Há outros, como os pratos apimentados, que elevam a temperatura corporal e, assim, também influenciam na produção de suor. O mesmo vale para a cafeína. A substância incita a liberação de adrenalina.

Quanto mais suor na ginástica, mais se perde caloria

"Nesse caso, você está perdendo água e sais minerais, não existe nenhuma relação com a perda de gordura", afirma Jayme Filho. Daí a indicação de repor líquido com bebidas isotônicas logo depois do exercício - caso contrário, o risco de você passar mal é grande.

Há roupas que fazem suar mais do que outras

Faz sentido, pois existem tecidos que abafam e outros que deixam a pele respirar mais. Peças de Lycra muito escuras ou apertadas tendem a fazê-la transpirar mais do que as claras e de tecido leve, como algodão. "Calor e umidade contribuem ainda para o aumento das bactérias, colaborando para o mau cheiro", completa Jayme Filho.

Quem está acima do peso transpira mais

É verdade. O excesso de gordura eleva a temperatura corporal, o que faz você transpirar mais, assim como a maior quantidade de dobras na pele (embaixo dos braços, das mamas e entre as pernas) prejudica a ventilação da área e favorece a ocorrência do suor.


(texto publicado na revista Claudia nº 11 - ano 52 - novembro de 2013)











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