domingo, 29 de março de 2015

Drogas imunoterápicas: a nova era no tratamento do câncer - Cristian Reis Westphal (Climatologia Geográfica)


Conhecido como pembrolizumab, um tratamento aprovado inicialmente para casos de melanoma avançado, se tornou recentemente a primeira droga a ser aprovada no Reino Unido, dando acesso aos pacientes com risco de vida ou condições de acesso grave à medicamentos que podem ser comprados somente com prescrição médica.

A notícia não só beneficia os pacientes, mas também o meio científico. A imunoterapia, que usa como base o mecanismo de defesa do corpo, pode ser finalmente aceita como tratamento de primeira linha para o câncer, tomando seu lugar ao lado da quimioterapia convencional e de tratamentos à base de radiação.

O câncer de pele pode se tornar maligno e com a sua aparição em algumas partes do corpo pode se tornar mortal, se não for diagnosticada no início. A pembrolizumab é um anticorpo que atua sobre o sistema imunológico para permitir que o corpo reconheça as células cancerosas, desencadeando uma resposta imunológica em vez de destruir diretamente as células cancerosas.

O anticorpo passou por uma modificação, pois sem ela, não seria reconhecido pelo corpo e, portanto, destruído pelo próprio sistema imunológico. O anticorpo viável, que tem base ao pembrolizumab, foi desenvolvido pela MRC Technology, laboratório localizado ao norte de Londres.

Edward Jenner e a imunoterapia

Enquanto o pembrolizumab serve como parte da pesquisa básica ao estudo, a ideia da imunoterapia remonta a Edward Jenner no final do século XVIII.

O trabalho pioneiro de Jenner sobre a varíola se diz ter salvo mais de 530 milhões de vidas, levando em conta os últimos 40 anos desde que a teoria da segmentação dos anticorpos para tratar o câncer começou a ser levado a sério como as deficiências de outras abordagens se tornaram aparentes.

A chave era encontrar maneiras de permitir que o sistema imune reconheça as células tumorais criando uma forma para evitar o ataque.

A primeira descoberta veio com o desenvolvimento do ipilimumab nos EUA, uma versão feita em laboratório de um anticorpo que tem como alvo a CTLA-4, uma proteína no corpo que normalmente ajuda a manter as células T do sistema imunológico em cheque. Ao bloquear a ação da CTLA-4, a ipilimumab transfere um reforço ao sistema imunológico contra células de melanoma no corpo. Este grande feito despertou o interesse e o investimento no campo.

O pembrolizumab oferece uma boa esperança para quem sofre do melanoma. No entanto, os investigadores cancerosos estão agora especulando que imunoterapias como esta, poderiam ser eficazes no tratamento de outros cânceres. Podemos esperar outras imunoterapias num futuro próximo.

Juntamente com as ferramentas de diagnóstico mais eficazes que possuímos, nós realmente podemos estar à beira de uma nova era extremamente excitante no tratamento do câncer.




Fonte: The conversation





























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