Estima-se que todos os anos cerca de 80 milhões de toneladas de solo sejam contaminados por óleo. Só no Brasil, são 2,5 milhões de toneladas. As técnicas utilizadas atualmente para solucionar o problema têm mais de quarenta anos. Além de caras, muitas vezes geram impacto ambiental.
Engenheiro químico, com experiência em meio ambiente, o paulistano Fernando Pecoraro descobriu na casca de laranja uma maneira sustentável e mais barata de descontaminar solos impregnados com óleo.
Para entender como esta tecnologia 100% brasileira funciona é preciso primeiro ter uma rápida aula de química. Vamos lá. Terpeno é um hidrocarboneto líquido (traduzindo: um composto orgânico formado de carbono e hidrogênio), base de grande quantidade de essências vegetais, obtido pela destilação de plantas.
A casca da laranja é rica em óleo essencial D-Limoneno, um terpeno comum. Depois de seis anos de pesquisa, Pecoraro conseguiu potencializar a ação do composto para uso como desengraxante natural e criou o terpeno P.
A tecnologia para recuperação de solos contaminados recebeu o nome de Recoy - RE de recuperação, ECO de ecológico e Y de água, em tupi guarani. "O nosso objetivo sempre foi o de construir uma empresa sustentável. Para isto, tínhamos que nos basear em três pilares principais: escala, qualidade e preço competitivo", contou Pecoraro ao Blog da Redação. "Para termos escala, buscamos o óleo da casca da laranja, já que o suco da fruta é produzido em larga escala e a cadeia da laranja é bem desenvolvida".
O equipamento, que funciona dentro de um caminhão, lava o solo sem utilizar grandes quantidades de água, o que é comum nos processos tradicionais. A remoção do óleo a frio dispensa o uso de energia. Ao final do processo, o solo está limpo e pode ser devolvido ao seu lugar original. Não há descarte de resíduo contaminante, que é separado e pode até ser reutilizado. O solvente químico verde também pode ser usado novamente.
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