sexta-feira, 27 de março de 2015

Gastroenterocolite causa diarreia e vômito e pode acabar com as férias - Dr. Laercio Gomes Lourenço


Infecção que acomete o estômago e os intestinos, essa doença resulta da ingestão de água ou alimentos contaminados por micro-organismos ou por suas toxinas. Uma reação inicial de defesa do corpo é expulsar o agente causador do problema por meio de vômito e de diarreia. Evita-se a infecção comendo só em locais de boa higiene e tomando apenas água mineral ou filtrada.

Na primeira fase da Copa do Mundo de Futebol, a mídia divulgou que o zagueiro francês Raphaël Varane (21) foi internado em Ribeirão Preto, em São Paulo, com sintomas de gastroenterocolite. Assim como ele, é raro alguém que não tenha sofrido com intoxicação alimentar, sobretudo quando em férias em locais quentes e/ou com instalações mais precárias. Por isso, são importantes alguns cuidados para evitá-lo.

A principal causadora da gastroenterocolite é a água, por isso se recomenda que se tome sempre água filtrada adequadamente. Em viagens para cidades de países com baixo índice de desenvolvimento social, uma dica é optar por água mineral com gás, garantia de que a garrafa não foi preenchida com água de torneira.

Alimentos contaminados por micro-organismos em geral não têm aparência, sabor ou cheiro suspeitos. Aí mora o perigo. Importante, portanto, fazer as refeições sempre em locais com boa higiene e evitar as comidas típicas vendidas nas ruas e de manipulação suspeita. Os alimentos são contaminados durante o transporte, armazenamento e preparo.

A gastroenterocolite aguda é provocada principalmente pelas bactérias Salmonella, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Shigella, Clostridium, entre outras, e pelo rotavírus. Os primeiros sintomas são vômito e diarreia, seguidos de mal-estar, desidratação, palidez, febre, suor e ruídos abdominais aumentados. Pode causar ainda cãibra, já que a diarreia leva à perda de potássio.

Na maioria dos casos, é uma infecção autolimitada, ou seja, o organismo saudável é capaz de combater o agente causador e se curar. Como o risco maior é a desidratação, deve-se beber muita água, água de coco, chás e refrigerantes. Pausa alimentar e repouso também ajudam na recuperação mais rápida.

Em três a cinco dias, com muita hidratação e pausa alimentar (se sentir fome, comer só bolacha água e sal e batatas), o infectado está curado. Importante não se automedicar, pois nesse período o organismo está expulsando o agente causador do problema. Se o mal-estar provocar muito desconforto, deve-se consultar um médico antes de tomar qualquer remédio para eliminar a diarreia e/ou o vômito.

Adultos com doenças crônicas que provocam debilitação, crianças e idosos precisam de atenção especial. Nesses casos, a recomendação é levar a um pronto-socorro para repor líquidos e sais minerais por via endovenosa. O mesmo vale para quem esteja vomitando demais, o que dificulta a hidratação.

Nos casos mais graves, quando o organismo não consegue se defender sozinho e quando aparece sangue nas fezes, interna-se a pessoa para pesquisa do causador da intoxicação. O médico irá prescrever remédios para combater  os sintomas e, se necessário, antibióticos contra alguns tipos de bactéria.

A gastroenterocolite é uma das principais causas de morte de crianças em toda a Região Nordeste do Brasil. Isso devido ao sistema precário de fornecimento de água e aos alimentos contaminados tanto durante a manipulação quanto no preparo. Pode ocorrer na rua e em casa, por isso se deve sempre lavar muito bem as mãos antes de preparar os alimentos e antes das refeições. Importante também higienizar as verduras com hipoclorito de sódio e guardá-las bem embaladas na geladeira e/ou no freezer.



(texto publicado na revista Caras edição 1079 - ano 21 - nº 28 - 11 de julho de 2014)




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