Passam-se anos de dedicação, amor e cumplicidade com seus filhos, mas, como pássaros, um dia eles aprendem avoar e vão para o mundo. Com isso, o lar, que antes era um lugar cheio de vozes, passa a se silenciar. Esta é a lei da vida. E, por consequência, os pais começam a se sentir menos importantes para seus filhos e ficam irritados e agoniados, ou seja, começam a apresentar sintomas da síndrome do ninho vazio. De acordo com a psicóloga especialista em terapia familiar, Roseli di Mauro, esta síndrome é pontual, ou seja, possui hora certa para acabar, sendo que sua duração começa desde o instante da separação dos filhos até o estabelecimento de uma nova ordem familiar. "No entanto, caso a tristeza da síndrome permaneça por mais tempo, pode se transformar em depressão", esclarece.
Neste período, a ajuda dos filhos é de extrema importância, sendo que deve haver uma inversão de papéis, com os filhos passando a "consolar" os pais, especialmente a mãe.
A personalidade de cada pessoa também influencia no modo como a separação é encarada, sendo que indivíduos mais dramáticos sofrem mais. Embora já seja certo que esta separação vai acontecer, ninguém está preparado, de fato, para ela. Além disso, a intensidade do sofrimento também fica na dependência de outros fatores, como o motivo da saída do filho da casa dos pais. Quando for por motivos bons, como casamento, faculdade ou até mesmo morar sozinho, mas com a participação dos pais, o processo se torna menos doloroso. Confira, abaixo, o que fazer para sair desta situação:
- Dê força ao seu companheiro. Quando temos filhos, muitas vezes nosso companheiro fica de lado. Este é o momento do equilíbrio, no qual um dá força ao outro.
- Fale do assunto. Por para fora seus sentimentos é o primeiro passo para melhorar. Às vezes, compartilhe este sentimento com nossos entes queridos permite perceber que podemos superar a situação.
- Atividades prazerosas. No decorrer da vida, as pessoas sempre sentem o desejo de realizar determinadas atividades que lhes dão prazer, mas as exigências diárias, às vezes, fazem com que estas terminem sendo esquecidas. Faça uma lista de todas as atividades das quais você gosta e se prepare para começar a fazê-las.
- Pratique um esporte. O exercício físico é muito bom para a saúde e ajuda a relaxar. Saia para caminhar todos os dias, durante 30 minutos, e você notará como em pouco tempo se sentirá cada vez melhor.
- Cuidado pessoal. Não se abandone, nem se deixe abandonar. Você deve buscar um cuidado pessoal, pois agora terá tempo para isso. É importante que você volte a adotar o papel de mulher, além de mãe.
- Estimule a independência. Seus filhos devem saber que podem contar com o seu apoio nesta nova fase. Evite invadir sua nova casa ou sua vida com visitas ou telefonemas contínuos. Você deve deixá-los crescer, acompanhá-los e desfrutar com eles desta nova etapa da vida.
- Adote um animal de estimação. Se você não tem um marido ou namorado com quem compartilhar este momento e sente que a casa está vazia sem seus filhos, pode adotar um animal de estimação. Eles serão uma grande companhia.
- Melhore a relação com seu filho. Á medida que passa o tempo, a relação com seu filho mudará positivamente. A maturidade de ambos fomentará outro tipo de comunicação mais frutífera. Você nunca vai deixar o seu papel de mãe, seus filhos estarão sempre aí para você.
(texto publicado na revista Circuito edição 186 - ano 15 - junho de 2015)
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