Enquanto os ateus negam a existência de Deus, os agnósticos alegam a impossibilidade de provar a existência - ou não - de Deus. Embora existam relatos de povos primitivos que não acreditavam em nenhum deus, a expressão ateísmo (que significa, em grego, "negação de Deus") foi cunhada no final do século 16, época da Inquisição. "Pode-se afirmar que o ateísmo é subproduto da Inquisição. Quando a Igreja Católica quis suprimir toda e qualquer dissidência, seus métodos inquisitoriais levaram à formação de um judaísmo clandestino e às primeiras declarações de secularismo e ateísmo na Europa", afirma Armando Araújo Silvestre, cientista da religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Já a expressão agnosticismo ("deus desconhecido", também em grego) é mais recente e atribuída a T.H. Huxley, cientista inglês do século 19. "Ele elaborou essa expressão para descrever seu próprio estado mental, não para negar totalmente Deus, mas para expressar dúvida quanto à possibilidade de atingir o conhecimento e para protestar ignorância a respeito de um grande número de coisas", diz Silvestre.
(texto publicado na revista Super Interessante edição 192 - setembro de 2003)
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