domingo, 23 de agosto de 2015

Seja zen você também


"Meditação? Deve ser bom... para os budistas".

Sim, certamente é bom para eles, mas pode ser bom para você também, não importa qual seja a sua religião.

Ousemos afirmar que todas as religiões incluem algum tipo de meditação, ainda que não com esse nome - o terço, por exemplo, tem orações sequenciadas e repetitivas que podem ser consideradas um tipo de meditação do catolicismo. Mas muitos benefícios podem se obtidos ao praticar meditação de uma forma desvinculada da religiosidade.

De maneira muito simples, podemos dizer que a meditação é uma prática que nos treina para, voluntariamente, concentrarmos o foco de nossa atenção e assim reduzir o ruído que carregamos dentro de nossas mentes. O resultado é alcançar um estado de serenidade que nos ajuda a recuperar as energias, efeito que perdura ao longo do dia e nos permite enfrentar o caos do cotidiano com mais tranquilidade.

Nos exercícios de meditação, em suas formas mais simples, alcança-se isso usando algo externo como ponto de concentração, seja uma imagem (a luz de uma vela), um som (o famoso 'oooooommmmmmmmmmmmm' é muito eficaz), contar a própria respiração, um movimento (andar lentamente, prestando atenção a cada mínima etapa de um passo) ou alguma outra coisa.

Em uma sociedade cada vez mais ansiosa e desconectada, a meditação pode ser um hábito que lhe trará muitos benefícios. E não precisa ser do Tibete, nem precisa de guru, nem de manto ou posição de lótus. Esses poderão vir mais tarde, caso você queira.

Uma receitinha de meditação, bem simples:

1. Separe cinco a dez minutos e vá para um lugar tranquilo, onde ninguém irá incomodar;

2. Sente-se em uma posição confortável, em uma postura ou no chão; a posição de lótus, se você for capaz de fazer, pode ajudar a entrar no clima, mas não é indispensável;

3. Preste atenção somente à sua respiração. Sem tentar controlar o ritmo da respiração, conte a cada expiração: inspira, expira, 1; inspira, expira, 2... Até 4 e depois recomece;

4. Procure prestar atenção apenas à respiração e à contagem; para você é a coisa mais importante do universo naquele momento;

5. Se você perceber que perdeu o foco, não se aflija nem se culpe; simplesmente reinicie a contagem, sem julgamentos;

6. Repita a contagem durante três a dez minutos, já é meditação mais do que suficiente para um iniciante.


Pronto, você meditou. Costuma-se recomendar que a meditação seja feita diariamente sempre no mesmo lugar e horário, mas fora isso você pode escolher outras técnicas, outros focos além da contagem da respiração, variar a forma de contar (de 1 a 10, até perder a conta, 2 inspirações e 3 expirações, etc.) e até mesmo meditar entre uma reunião e outra.




(texto publicado na revista Vita ano XIV - 4º trimestre de 2014)

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