O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com representantes da indústria alimentícia, recentemente assinou um acordo que prevê a redução gradual de sódio em 16 categorias de produtos industrializados. Inicialmente, a medida está sendo aplicada em sete categorias de alimentos (pãozinho francês, batatinhas fritas e em palha, salgadinhos de milho, bolos prontos, mistura para bolos, biscoitos e maioneses). Essa redução do consumo de sódio no Brasil é uma das estratégias do Governo Federal para o enfrentamento das doenças crônico-degenerativas, como hipertensão arterial e as doenças cardiovasculares. Ela também reforça a parceria entre governo e indústria para respeitar a recomendação de consumo máximo de sal recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS): menos de 5 gramas de sal diário por pessoa. Esse limite precisará ser alcançado até o ano de 2020 pela indústria alimentícia.
O acordo entre o Ministério da Saúde e a indústria alimentícia prevê o acompanhamento da utilização de sal e de outros alimentos com sódio pela indústria, de forma a assegurar o monitoramento da redução de sódio no processamento dos alimentos. Dessa forma, caberá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a responsabilidade no monitoramento do cumprimento do acordo no que tange ao acompanhamento das informações de rotulagem nutricional dos produtos, quanto às análises laboratoriais de produtos coletados no mercado e à utilização de ingredientes à base de sódio pelas indústrias.
A melhoria da qualidade nutricional dos alimentos alocados para consumo no País sempre deve ser objeto de preocupação dos setores governamentais. O incentivo à melhoria do perfil nutricional dos alimentos processados, a partir da redução dos teores de gorduras saturadas e trans, açúcar e sódio, consiste numa das medidas de atuação do Ministério da Saúde para prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis, inserida no contexto da promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis.
Efeitos do sódio - O consumo excessivo de sódio pela população brasileira é questão prioritária de saúde pública, pois entre nós há o mau hábito de carregar na dose. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo individual de sal, apenas nos domicílios brasileiros, é de 9,6 gramas diários. Fora dos domicílios (bares, restaurantes etc.), o quadro é ainda mais preocupante: o consumo total foi estimado em aproximadamente 12 gramas diários, o que representa mais que o dobro da recomendação da OMS.
Nunca é demais lembrar: esse sódio consumido em excesso traz efeitos maléficos à saúde. O sódio é um mineral já existente na maioria de nossos alimentos (frutas, legumes etc.) e não altera o sabor destes. Na indústria de alimentos, ele é utilizado para conferir maior durabilidade aos produtos e, ainda, aumentar o prazo de validade dos mesmos. Quando o sódio se encontra na forma de cloreto de sódio, conhecido popularmente como sal de cozinha, ele é utilizado para o preparo de alimentos e, como todos sabem, confere a eles o característico sabor salgado. Mas convém não exagerar nesse tempero para não estragar o sabor natural do alimento e, principalmente, a saúde.
(texto publicado na revista Família Cristã nº 922 - ano 78 - outubro de 2012)
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