segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Refluxo: estilo de vida é prevenção! - Ana Bardella

A cada 100 pessoas, 12 sofrem com o refluxo gastroesofágico no Brasil. Veja sete hábitos que aliviam e podem até evitar esse incômodo

Azia, queimação no peito, tosse sem motivo... Se tais sintomas andam atazanando seu dia a dia, é bem provável que você esteja sofrendo de refluxo gastroesofágico. De acordo com pesquisa do Datafolha, esse tipo de queixa é bastante comum, já que a doença atinge 12% dos brasileiros. E não é só por aqui que ele costuma atacar. Conforme dados divulgados pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, trata-se de um dos problemas mais recorrentes do aparelho digestivo - quase metade da população ocidental relata pelo menos um episódio de refluxo por mês. Saiba mais sobre o mal:

Como acontece

Quando ingerimos qualquer alimento, ele passa por uma espécie de tubo, o esôfago, antes de chegar ao nosso estômago. Lá, existe um músculo que desempenha o papel de válvula, regulando a passagem de tudo o que comemos.

Às vezes, essa válvula funciona de maneira inadequada, relaxando quando não deveria ou com uma frequência maior do que a necessária. "Aí, o conteúdo ácido do estômago faz o caminho inverso, voltando para o esôfago", explica João Paulo Ripardo, chefe da equipe de cirurgia geral do Hospital Santa Paula, de São Paulo.

Isso pode até acontecer de vez em quando, mas se o incômodo passa a ocorrer com frequência, fica caracterizada a doença.

Os sintomas

A principal queixa de quem sofre com a doença é a azia, aquela sensação de queimação no peito. Também pode ocorrer a regurgitação, que é quando o conteúdo do estômago sobre tanto que volta para a boca. Podem aparecer, ainda, outros  sintomas não tão comuns, como faringite, tosse, rouquidão e alguns tipos de asma. E, ao contrário do que se imagina, "esses sinais mais raros não necessariamente aparecem nos casos mais graves", alerta o médico. Eles surgem devido a uma disposição do próprio organismo e podem deixar o diagnóstico mais complicado.

Para detectar a doença

"Geralmente, se não há sinais de gravidade, o diagnóstico é feito na própria consulta com o médico", diz Ripardo. Mas também é possível identificar o problema através de uma endoscopia ou de um exame que mede a frequência da acidez no esôfago, chamado pHmetria.

Tratamento

Na maioria das vezes, envolve apenas remédios, que aliviam os sintomas chatos. Para os casos mais graves, o médico pode achar interessante recorrer a cirurgia. O procedimento é indicado para corrigir o defeito da válvula.

Dá pra evitar!

O estilo de vida conta muito pra ficar longe do problema. "Sabe-se que a obesidade está ligada ao refluxo; por isso, praticar exercícios físicos e ter uma alimentação adequada ajudam a evitar a doença", orienta o médico. Veja sete hábitos que devem ser incorporados no seu dia a dia:

Faça um prato saudável - Alguns alimentos (como os muito gordurosos ou condimentados, café, chocolate e derivados de menta) prejudicam o funcionamento da válvula do esôfago. Por isso, devem ser evitados ou ingeridos com moderação. Refeições muito fartas também favorecem o refluxo. 

Não beba durante as refeições - O líquido aumenta o volume e a pressão dentro do estômago. Os refrigerantes, que são gaseificados, intensificam ainda mais esse processo. Por isso, só beba algo uma hora após as refeições.

Evite roupas apertadas - Apesar de não ser comum, usar calças ou shorts justos demais pdoe aumentar a pressão no estômago e favorecer a abertura da válvula.

Diminua o estresse - Ele também pode piorar os sintomas da doença!

Maneire no álcool - Consumo da bebida também prejudica o funcionamento da válvula.

Não deite logo após comer - Apesar de ser tentador, ainda mais nos finais de semana, o hábito de tirar um soneca depois do almoço piora bastante os sintomas de quem já sofre com o refluxo. E tente não jantar muito tarde.

Abandone o cigarro - Além de afetar negativamente as vias respiratórias, o tabaco também influencia diretamente no funcionamento do nosso sistema digestivo! Ele pode piorar bastante os sintomas de quem já tem refluxo.



(texto publicado na revista Anamaria nº 1031 - 15 de julho de 2016)

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