Ameaças ao coração e por que não ignorá-las - Lauren Gelman

Esses fatores subestimados podem ter influência surpreendente sobre a saúde do coração

Pressão alta

A hipertensão arterial atinge 22,7/% da população adulta brasileira, de acordo com dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) referente a 2011, divulgada pelo Ministério da Saúde. O caso é sério: a cada 20 pontos acima da pressão sistólica de 115 e 10 pontos acima da pressão diastólica de 75, dobra a probabilidade de morrer de AVC ou doença cardíaca. Se você não mediu a pressão recentemente, faça isso na próxima consulta. Se sabe que tem pressão alta, tome o remédio receitado e, caso o médico recomende, monitore a pressão em casa.

Menopausa precoce

As mulheres que passam por ela antes dos 46 anos têm o dobro do risco de AVC e doença cardíaca do que aquelas que a vivenciam mais tarde, como verificaram recentemente os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins. Portanto, as mulheres que têm menopausa precoce deveriam tomar mais cuidado com os outros fatores de risco, como o peso, o colesterol e a pressão arterial. O hábito de fumar, ameaça conhecida ao coração, traz um risco duplo, já que, em média, as fumantes entram na menopausa dois anos mais cedo.

A saúde mental do seu parceiro

A depressão é comum em quem sobrevive a um infarto, mas um estudo recente mostra que ela também afeta os parceiros: os cônjuges de sobreviventes tiveram probabilidade 17% maior de precisar de antidepressivos no ano posterior ao infarto do que no ano anterior. Os autores do estudo dizem que os cônjuges podem relutar em cuidar de si mesmos quando se concentram na recuperação do parceiro, mas é essencial que busquem ajuda caso suspeitem de sintomas de depressão, por si só fator de risco de problemas cardíacos.

Três passos para fortalecer o coração

Especialistas revelam algumas providências importantíssimas para proteger o coração

- Levante-se agora mesmo

Quando ficamos sentados por longo tempo, os triglicerídeos aumentam, o colesterol bom cai e o corpo se inflama, criando o ambiente perfeito para um AVC ou infarto.

- Não confie demais em alimentos específicos

O fato de um estudo afirmar que chocolate amargo reduz levemente a pressão não significa que ele diminua drasticamente o risco de doença cardíaca, ainda mais quando não se tem uma dieta saudável.

- Esqueça o fast-food

Ele é cheio de teores antinaturais de açúcar e gordura, que prejudicam o coração. O pâncreas produz insulina para ajudar a absorvê-los, o que promove o armazenamento de gordura. Quando crescem, as células adiposas produzem substâncias tóxicas que aumentam o risco de doença cardíaca. Esses alimentos também promovem a produção de dopamina, substância do cérebro ligada ao comportamento viciado.

(texto publicado na revista Seleções de fevereiro de 2013)