sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Funcionários felizes, empresa lucrativa! - Patricia Atui


Qual é o maior desafio dos pequenos e médios empresários atualmente no Brasil?

Esta pergunta foi feita pelo Estadão PME para empreendedores e as respostas esbarraram na retenção de talentos, burocracia, impostos e a própria gestão do negócio.

Segundo o presidente do SEBRAE, um dos objetivos para 2015 é conscientizar os pequenos e médios empresários sobre a importância da capacitação como um investimento para a empresa.

Conforme as minhas enquetes em palestras que realizo regularmente para pequenos e médios empresários, uma das clássicas perguntas que faço é: Quantos de vocês estão insatisfeitos com as suas equipes? E é sempre o mesmo cenário de respostas: 80 a 90% dos presentes levantam a mão.

Faço outras perguntas, todas iniciadas pela palavra QUEM:

Quem recrutou? Quem selecionou? Quem orientou? Quem capacitou? Quem direcionou? Quem avaliou? Quem forneceu feedbacks constantes, Quem isto, Quem aquilo... e finalmente depois de ouvir muitos "eu", como respostas, chegamos juntos a uma simples e ao mesmo tempo dolorosa conclusão: O líder é o responsável por sua equipe e portanto deve assumir a responsabilidade sobre os resultados que ela apresenta. Deseta forma, se quiser melhorar este cenário, deve ser o primeiro a mudar.

Toda mudança é delicada, mas torna-se inevitável, pois os funcionários refletem diretamente na margem de lucro da empresa. Funcionários felizes realizam o trabalho com excelência, são eficientes e aumentam a produtividade, que é o fator que mais impacta nos resultados das empresas.

O primeiro passo para a mudança do gestor é compreender o seu estilo de liderança e avaliar se é necessário revê-lo.

Líderes centralizadores são dominadores, não fazem perguntas porque já tem todas as  respostas, são resistentes a críticas, e geralmente são temidos por suas equipes, pois estas têm receio de manifestar-se e desta forma se instala na empresa a "Síndrome da Branca de Neve", na qual o líder cria anões, isto é, equipes que não se desenvolvem.

Existem ainda líderes com este perfil que são carismáticos e têm um lado humano bem desenvolvido e caem na armadilha de achar que carisma e bondade compensarão o seu estilo autocrático.

Líderes coaches são participativos, bons ouvintes, encorajam as suas equipes a participar com o desenvolvimento das pessoas, cria verdadeiros sucessores para a empresa e estabelece uma sinergia no ambiente corporativo, estimulando a integração entre as equipes.

A grandeza dos líderes verdadeiros está no dom de desenvolver equipes e ter a humildade de deixar a luz dos holofotes virada para as suas equipes e não para si.

O segundo passo é o quociente de inteligência emocional que permite o autoconhecimento das próprias emoções que proporciona o auto-respeito, autoconfiança, o aumento da autoestima e a amplitude para compreender os próprios sentimentos e dos outros, traduzindo em um aumento da valorização interna e externa.

Quando conhecemos as nossas emoções, podemos controlá-las e quando reconhecemos as emoções dos nossos liderados, podemos lidar com elas e ajudá-los a melhorar. Desta forma, as equipes se sentirão melhores, consequentemente felizes, produzirão mais e irremediavelmente contribuirão para um clima organizacional mais atrativo, produtivo e que propiciarão maiores lucros para a empresa.



(texto publicado na revista Tudo nº 55 - ano 5 - agosto de 2015)


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