Essa é uma expressão comum para seres criativos, mas alguns levam as ideias a sério, transformando-as em realidade. Conheça a história de dez invenções que nasceram no Brasil e ganharam o mundo
Bina
Já imaginou atender o celular sem saber quem está ligando? Seria assim se, em 1980, o eletrotécnico mineiro Nélio Nicolai não tivesse dado uma força aos seus vizinhos bombeiros, que não suportavam mais receber trotes. Inventou então um sistema de identificação que batizou de "B identifica o Número de A", ou seja, BNA. Hoje, ele luta na Justiça para receber royalties de todos que usam seu invento.
Escorredor de arroz
Uma pia entupida foi o que despertou o espírito inventor da cirurgiã-dentista Therezinha Zorowich. Cansada de ver o ralo cheio de arroz, em 1959, ela projetou uma espécie de peneira para lavagem dos grãos. Com a ajuda do marido engenheiro, foi aprimorando o protótipo do "lavarroz", até que patenteou e licenciou o produto para uma fábrica de utensílios domésticos. Foi um sucesso!
Coração artificial auxiliar
Apresentado ao mundo em 2000, o aparelho criado pelo engenheiro mecânico Aron de Andrade, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, trouxe uma inovação ao universo de especialidade. Como não substitui o coração natural - "apenas" ajuda-o a bombear o sangue -, ele requer uma cirurgia mais simples e mais segura, porque, se parar de funcionar de repente, o coração pode seguir bombeando.
Soro antiofídico - em pó
Soros contra venenos de cobras existem desde o século XIX, mas, em 2000, o veterinário Rosalvo Guidolin revolucionou o setor, criando, nos laboratórios do Instituto Butantan, em São Paulo, a versão em pó do medicamento. Ao contrár5io do soro líquido, que deve ser mantido em baixas temperaturas, a versão em pó dispensa refrigeração e ainda tem prazo de validade muito maior.
Abreugrafia
Esse talvez você não conheça, mas médicos de mais idade certamente sabem bem da importância desse método de radiografia brasileiríssimo. O nome homenageia o médico Manoel de Abreu, que, em 1936, misturou elementos da fotografia aos dos caros equipamentos de raios X, para criar uma técnica capaz de diagnosticar a tuberculose de forma rápida e barata, exportada para o mundo todo.
Copo americano
Não se engane pelo nome. O típico copo de padarias e botequins foi criado no Brasil! Em 1947, o empresário Nadir Dias de Figueiredo, que já fabricava copos de vidro, criou o seu produto, inspirado em um copo que tinha visto nos EUA - por isso, o nome. Com o tempo, o copinho, que serve de café a cachaça, virou uma paixão nacional, vendendo mais de 100 milhões de unidades por ano.
Urna eletrônica
Desde as Eleições de 2000, em vez de fazer o tradicional xis em cédulas de papel, o Brasil vota apertando botões. Viramos exemplo de segurança eleitoral e passamos a ter uma das apurações mais rápidas do planeta. Isso só foi possível porque, ainda nos anos 80, um juiz eleitoral de Santa Catarina, Carlos Prudêncio, pensou nesta máquina e, com a ajuda do irmão, tornou-a realidade.
Spuni
O nome é estranho, mas o produto é bem conhecido pelos amantes do futebol. É aquele spray utilizado pelos árbitros para marcar no gramado o local da cobrança de faltas. Foi criado pelo mineiro Heine Aleimagne, tendo como inspiração o creme de barbear. O Spuni estreou em um torneio infantil em Minas Gerais, em 2000, e ganhou os gramados do mundo, chegando, em 2014, à Copa do Mundo.
Walkman
Hoje, virou uma peça de museu, mas, há 30 anos, ter um toca-fitas portátil era o sonho dos adolescentes do mundo inteiro. E, acredite, o walkman é brasileiro! Quer dizer, meio brasileiro. Andreas Pavel, que inventou o aparelho em 1972, nasceu na Alemanha, mas se mudou para cá ainda criança. Em 1977, registrou a patente, mas só conseguiu receber os direitos da Sony em um acordo judicial em 2004.
Relógio de pulso
Santos Dumont é tido como o grande inventor brasileiro. Mas o que poucos sabem é que, além do avião, ele também criou o relógio de pulso. Até o final do século XIX, os relógios eram de bolso, o que complicava a vida de Dumont, que precisava marcar o tempo enquanto pilotava suas máquinas. A solução foi improvisar uma pulseira com um lenço, e, como deu certo, ele encomendou uma definitiva ao colega joalheiro Louis Cartier.
(texto publicado na revista Todos - a vida é feita de histórias. Qual é a sua? nº 3 - ago/set de 2015)
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