quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Depressão nos cães: saiba o que pode acontecer


Dar carinho e atenção aos pets - além de proporcionar um ótimo sentimento de conexão e amor entre você e seu pet - também pode ser importante para evitar um caso de depressão canina, e os proprietários de cães devem evitar ao máximo passar longos períodos de tempo longe de seus animais - principalmente, nos casos em que o cachorro fica sem nenhum tipo de acompanhante, enquanto o dono está ausente.

Assim como no casos dos seres humanos, problemas de natureza psicológica também podem se manifestar em animais, e a depressão em cães é um diagnóstico cada vez mais frequente no mundo pet. Podendo estar associada a outras questões - incluindo ansiedades e fobias, por exemplo - o estado depressivo de cachorros pode ser desencadeado por uma série de motivos diferentes, incluindo desde uma mudança de ambiente até a recuperação de uma enfermidade mais grave.

Notando a grande quantidade de sinais da depressão em cães, a Universidade de Bristol realizou uma pesquisa para investigar as possíveis causas e tratamento desta doença terrível e, conforme já era previsto, teve a prova desse tipo de problemas em animais como conclusão - contrariando grande parte dos profissionais da área animal que, até então, consideravam a depressão canina um mito. O estudo, apresentado no jornal Biology Letters (especializado na publicação de artigos científicos e descobertas inovadoras da biologia), fez o uso de métricas e observações aplicadas na psicologia humana para chegar aos seus resultados finais, provando que - assim como no caso das pessoas - os animais também podem demonstrar um estado emocional mais vulnerável e sensível a perdas e traumas.

Não tendo raças mais propensas a desenvolver esse tipo de problema psicológico, a depressão canina pode ter muitas razões de ser similares às dos seres humanos (como a perda de uma pessoa próxima ou da liberdade), sendo que muitos dos sintomas e dos tipos de tratamento também podem apresentar semelhança. Confundida com a SAS - Síndrome da Ansiedade de Separação - em alguns casos, a depressão em cachorros também pode fazer com que o pet se comporte de maneira ansiosa e atípica e, justamente por isso, é de grande importância que os donos de cães saibam como observar e identificar os sinais que indicam o estado depressivo de seus bichinhos de estimação. Além de poder adotar medidas para melhorar a qualidade de vida do animal, o proprietário que enxerga os sinais da depressão em que seu pet pode, ainda, facilitar o tratamento da doença - já que (novamente, assim como no caso das pessoas) quanto antes for diagnosticado o problema, mais simples e rápido ele será de solucionar.

Conheça, neste artigo, algumas das principais causas, sintomas e tratamentos para a depressão canina; e aprenda a identificar os sinais de uma tristeza fora do normal no seu cãozinho para que ele se mantenha um amigão contente e saudável.

As causas da depressão canina

Podendo ter variados fatores como desencadeadores do estresse que leva os cães à doença, a depressão canina tem nas mudanças bruscas na vida do pet algumas de suas principais causas. Mudanças na rotina e de ambientes podem facilitar um estado de estranhamento e ansiedade por parte dos cachorros, e isso pode influenciar significativamente para que seu amigão comece a parecer mais desanimado.

Como no caso dos humanos, a morte de alguém muito próximo também pode ser um gatilho para o surgimento da depressão em cães - assim como o afastamento de um de seus amigos pets. Segundo os profissionais da saúde animal, as perdas afetivas são causa de 70% dos casos de cachorros com depressão, portanto, ao se encontrar em uma situação do tipo, fique atento ao seu pet.

A inclusão de outro animal na vida do pet acostumado a ser o único bicho de estimação da casa também é um fator relevante para o aparecimento do estresse no animal, e deve ser levado em consideração.

A perda de liberdade (quando o cão fica privado de caminhadas e passeios constantes, por exemplo) e experiências traumáticas - como cirurgias e atropelamentos - não ficam de fora da lista, e animais que estão em fase de recuperação de alguma doença mais séria também podem apresentar comportamentos alterados de apatia.

O sentimento de solidão ou abandono ainda é uma das principais motivações para que se desenvolva uma depressão em cachorros; já que, nos dias de hoje, o cotidiano frenético vivido nas grandes capitais acaba fazendo com que os donos de pet não possam dar a atenção devida aos seus animais, que passam muito tempo sem companhia e se sentem abandonados. Assim como no caso da suspeita de qualquer outra doença animal, ao notar os primeiros sinais de depressão em seu cachorro, uma consulta deve ser agendada com um médico veterinário, pois, somente ele terá as ferramentas e informações necessárias para identificar um possível problema psicológico, e diferenciá-lo de outras muitas doenças que também podem ter a apatia e a falta de ânimo como sintomas.

Dito isso, podemos citar isolamento, tristeza profunda, falta de apetite e rejeição ao toque físico entre os principais sintomas de um cão deprimido.

Para os donos mais atentos e mais próximos aos seus bichinhos de estimação, não é difícil notar a mudança brusca de comportamento que o animal apresenta; pois, mesmo os cães mais animados e carinhosos, de uma hora para a outra, passam a evitar atividades que costumavam se apresentar como prazerosas (incluindo passeios e brincadeiras com seu proprietário, por exemplo), preferindo permanecer em algum cantinho da casa e completamente isolados. Em alguns casos, o cão chega à automutilação, se mordendo normalmente em extremidades como rabo e patas e causando lesões sérias em si mesmo.

Outro sinal típico do estado depressivo em cães é a intolerância ao toque físico, sendo este um dos sintomas mais fáceis de se identificar; já que um cão deprimido tentará evitar a todo custo os carinhos e manhas feitos pelo seu dono - que antigamente eram recebidos com alegria e entusiasmo. Portanto, ao notar que seu pet está apático e agindo de acordo com os comportamentos descritos acima, preste atenção; e agende uma consulta com um profissional veterinário o quanto antes.




(texto publicado na revista Leve & Leia nº 141 - ano 10 - setembro/outubro de 2016)

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