domingo, 13 de outubro de 2019

A história da máscara - Marco Biruel

A máscara utilizada pelos participants das mobilizações pelo mundo remete ao reinado de Henrique VIII, na Inglaterra, que vigorou entre 1509 e 1547. Aquele período é considerado o mais absolutista de toda a história. Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e passou, ele próprio, a controlar uma nova igreja, a Anglicana. Entre seus atos está a criação da Witchcraft Act, que levava à morte as pessoas acusadas por bruxarias.

Com a morte de Henrique VIII, seus sucessores mantiveram seus métodos e, em 1603, no reinado de James I, grupos de católicos passaram a organizar conspirações na tentativa de assassinar o Rei.

A conspiração mais famosa é a da "Pólvora", liderada por Guy Fawkes, especialista em explosivos, e que tinha o objetivo de explodir o Parlamento no dia em que o Rei fosse discursar para os lordes ingleses. 

Alguns historiadores acreditam que houve uma traição dentro do movimento e outros, que, ao tentar avisar inocentes que não ficassem no prédio no dia do atentado, a notícia acabou chegando às autoridades.

Em 5 de novembro de 1605, Guy Fawkes foi preso, enforcado e esquartejado. E esse dia passou a ser conhecido, na Inglaterra, como o dia da salvação do Rei e é comemorado nos moldes da nossa "malhação de Judas", com um boneco representando Guy Fawkes sendo espancado e queimado nas ruas.

A máscara usada nos bonecos inspirou Allan Moore a criar, nos anos 1980, o romance "V de Vingança", no qual o personagem mascarado tenta fazer o trabalho que Guy Fawkes não havia conseguido: explodir o Parlamento inglês.

Em 2006, em uma produção que conta com os irmãos Wachowski, o filme "V For Vendetta" é lançado e recria na telona o romance de Allan Moore, mostrando um "herói" mascarado que luta contra a manipulação da mídia e do governo conservador.


(texto publicado na revista Forum - outro mundo em debate nº 101 ano 9 agosto 2011)


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