Sobre eles, recaem todo o peso do corpo e, dependendo do tanto que são exigidos a resposta é imediata: os pés chegam a latejar de dor e colocá-los sobre o chão é um tormento. Mas nem precisa caminhar muito para sentir o quanto eles são sensíveis. "Problemas recorrentes como calos, unhas encravadas e até bolhas deixam o andar, o bem-estar e a aparência comprometidos", dizem os especialistas. Veja as dicas a seguir:
Unha encravada nunca mais
Ela é um tiquinho de unha, mas incomoda para caramba. A unha encravada caracteriza-se pela curvatura inadequada da unha, que a faz crescer perfurando a pele, o que pode causar, além da dor, outras complicações. "O inchaço acontece quando a derme é atingida, mas quando a perfuração é mais profunda e atinge a epiderme, cujo tecido tem vasos sanguíneos, o organismo fica exposto a infecções e inflamações", salientam os especialistas.
O problema pode ter origem genética, pode ser provocado pelo corte incorreto da unha, pelo uso de um calçado inadequado, que tenha o bico fino demais, por exemplo, e até pelo excesso de peso, que pode interferir no formato da unha.
Solução: a causa do problema deve ser identificada para prevenir o drama. Se é o calçado, então ele deve ser aposentado. O corte errado também pode ser corrigido a partir do tratamento uma vez por mês com um podólogo.
Para os casos mais complexos, como formato anatômico genético, existem aparelhos específicos chamados de órtese, semelhantes aos aparelhos ortodônticos, que vão remodelar a curvatura da unha. "Eles necessitam de manutenção mensal e o tempo de tratamento pode variar de alguns dias até seis meses", explicam.
Um dos mais usados é o modelo ômega, que usa dois braquetes (peças) e um fio metálico. O aparelho é colocado somente na unha que precisa ser consertada, em geral usada na do dedão, pois é a única com espaço suficiente - já que são necessários aplicar dois braquetes em sua superfície, que são ligados ao fio, formando uma espécie de mola, que vai tracionar e levantar as laterais da unha. Outro método indicado para a unha do dedão - e que tem o mesmo princípio da ação - é o botton, também usado na ortodontia. A peça tem formato arredondado e, em vez do fio metálico, usa um elástico para forçar a unha a levantar.
A órtese indicada para tratar o problema em todos os dedos chama-se fibra de memória molecular, e é colada sobre as unhas, primeiramente assumindo a curvatura que já existe, mas como atinge vários graus de flexibilidade, vai provocar uma força e trazer a unha para a posição correta.
Abaixo os calos
O excesso de peso ou calçados apertados são os motivos mais comuns para a formação de calos (quando ocorrem em um ponto localizado) e calosidades (quando abrangem uma região extensa). "Essas formações são uma reação do organismo que, para se defender de um atrito contínuo e externo, aumenta o depósito de queratina na pele toda vez que a região é afetada", explicam os especialistas.
O tratamento consiste em se livrar da causa do problema. Dê adeus àquele sapato lindo, se ele for o motivo do incômodo. O podólogo vai debastar cuidadosamente as camadas da região onde houve a queratinização usando aparelhos específicos e, por fim, fazer um lixamento adequado, que não deixe a pele muito fina e vulnerável a ponto de se defender produzindo mais queratina.
"Em casa, nunca corte os calos e calosidades com lâmina, alicate ou tesoura, que só irá acentuar e aumentar o problema", alertam os podólogos. Calos e calosidades também podem aparecer por problemas ortopédicos como o pé chato. Mas, nos casos mais delicados (que envolvem estruturas ósseas), o podólogo deve enviar o caso para um ortopedista.
Bolhas nunca mais
Elas também são uma reação natural do organismo quando a pele dos pés foi muito atritada, pelo uso de um sapato, meia ou outra agressão. O acúmulo de líquido é uma defesa do organismo que, para proteger as estruturas internas, acaba formando um colchão de água na região.
Os especialistas são categóricos ao dizerem que a bolha jamais deve ser perfurada. 'Fazer isso pode abrir a porta para a entrada de fungos e bactérias, que podem gerar uma infecção grave". Nesse caso, o trabalho do podólogo não vai além de higienizar o local com soro fisiológico e fazer um curativo. Mas o profissional vai alertar a pessoa para a gravidade do caso e recomendar que procure um médico.
(texto publicado na revista Leve & Leia nº 152 - ano 11 - junho/julho 2018)
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