O coração, apesar de ser um órgão vital, anda relegado ao esquecimento das campanhas de conscientização no nosso país. Pior: são as doenças do coração que mais matam no Brasil. "É um dado epidemiológico perverso. Daqui a 20 anos, o Brasil vai ser campeão de morte por problemas cardíacos se não fizermos nada", alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Jadelson Andrade.
Pesquisa desenvolvida pela Bayer HealthCare Pharmaceuticals, com apoio da SBC, e divulgada ontem em São Paulo, mostra que nossa população está desinformada ao mesmo passo do aumento da incidência dos AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais), os populares derrames.
Foram entrevistadas sete mil pessoas de oito capitais no mês de abril (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre). Conforme o levantamento, 72% dos entrevistados atribuem as principais causas de morte no país ao câncer, tabagismo ou acidentes de trânsito. Enquanto apenas 13% correlacionaram as mortes ao AVC.
"Não houve uma cultura dos governantes até então para desenvolver campanhas de prevenção populacional. Precisamos reverter isto", aponta Andrade.
No Brasil, estima-se que haverá, por ano, 340 mil casos de AVCs. O número tende a dobrar até 2050.
Fibrilação atrial aumenta risco
Desconhecida pela população em geral, a Fibrilação Atrial (FA) é um problema que atinge o átrio do coração, fazendo com que ele deixe de contrair, formando-se um coágulo. Na FA o batimento cardíaco é irregular e ocorre em pessoas acima dos 70 anos (com a dilatação natural do átrio), aumentando em cinco vezes o risco de AVC.
Para o tratamento das pessoas que têm FA a Bayer HealthCare desenvolveu a rivaroxabana (Xarelto), um novo anticoagulante oral para a redução de risco de AVC. O medicamento é feito na Alemanha e, por enquanto, não existe expectativa de quando poderá servir aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). "O anticoagulante é fundamental para quem tem FA", diz Jadelson Andrade.
(texto extraído do jornal Metrô News)
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