segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Como surgiram os símbolos e os amuletos da sorte? - Fred Linardi


Significado de objetos supersticiosos tem relação com tradições populares

Será que o Brasil teria conquistado a Copa do Mundo se você tivesse usado a sua camisa da sorte? É difícil encontrar alguém que nunca tenha recorrido a métodos que fogem à razão para conseguir algo desejado. Em busca de realizações, o homem às vezes se ampara em tradições populares, cujos registros fazem parte dos mais antigos achados arqueológicos. Superstição, que vem do latim superstitio, significa "culto religioso, veneração, adivinhação". Começou em cultos e passou a coexistir com a fé religiosa e, depois, com a ciência tecnológica, sempre com a intenção de afastar as energias negativas, inclusive na forma de amuletos. "O supersticioso obedece a uma mecânica de processos milenares, dispensando totalmente a colaboração do raciocínio contemporâneo", afirma Luiz da Câmara Cascudo no livro Tradição, Ciência do Povo.

Esses hábitos, que dizem levar a sorte, ao azar e à proteção, são, na sua maioria, adaptações de versões antigas. Manifestações assim permanecem fortes, por mais que a crença popular tenha sido combatida em momentos como a colonização europeia nas Américas e na África. "Durante episódios históricos como esses, vemos até como o folclore serve de martírio quando uma teoria ideológica é imposta a ele", diz Carlos Alberto Balhana, professor de antropologia da Universidade Federal do Paraná, apontando como o povo valoriza e resgata essa manifestação cultural quando ela é ameaçada por visões religiosas, políticas ou científicas. Por outro lado, existem conhecimentos que se misturam entre o povo dominador e o dominado, como no Império Romano, quando as culturas conquistadas foram aglutinadas pelos romanos, dando força a crenças que são adotadas até hoje.




(texto publicado na revista Aventuras na História nº 87 - outubro de 2010)




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