Nomes: Rosana e Marcelo Cunha
Profissão: oftalmologista
Atitude transformadora: administram a Fundação Doutor Rubem Cunha, que oferece tratamento oftalmológico gratuito
Com apenas 4 meses de vida, o filho da dona de casa Inês Alves precisou enfrentar sua primeira cirurgia nos olhos. Além de ter nascido com síndrome de Down, Igor é portador de catarata congênita. A mãe realizou o procedimento por meio do convênio médico na mesma clínica onde hoje, aos 27 anos, o rapaz continua a se tratar - ele passou recentemente por um transplante de córnea. Os tempos mudaram para a família, que não tem mais condições de pagar pelo atendimento. Mas na Fundação Oftalmológica Doutor Rubem Cunha, com sede no Jardim Paulistano, ela ainda tem lugar. "Esses profissionais são uns anjos", afirma Inês. A organização, que leva o nome do pai do médico Marcelo Cunha, atual diretor, oferece tratamento oftalmológico gratuito a quem não pode arcar com os custos da rede privada. Em 2014, a instituição contabilizou 2982 consultas, 134 cirurgias e 300 óculos doados.
O ofício aparece no DNA dos Cunha há quatro gerações. Quem introduziu a profissão na árvore genealógica foi Moacir, fundador da primeira clínica da família, 75 anos atrás, na Consolação. Atualmente são doze na cidade, com caráter particular e filantrópico. O filho, Rubem, continuou o projeto e imprimiu nele o estilo beneficente que lhe valeria o nome na futura fundação, criada há uma década. "Era extremamente caridoso, ajudava muita gente", lembra Marcelo, ao falar do pai. Hoje administrando a instituição com a mulher, Rosana, também oftalmologista, ele vê ainda a filha, Laura, de 28 anos, começar na saúde.
Além de atender nos consultórios, o grupo trabalha com mais de quarenta entidades parceiras. Dezenove médicos estão envolvidos nos três principais projetos da organização: o Novo Olhar, para crianças da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), O Boa Visão, Boa Educação, voltado ao público infanto-juvenil de escolas da rede pública, e o Senhor Olhar, que acolhe pacientes idosos. "São Paulo deu muito à nossa família nesses anos todos. O que fazemos é retribuir", diz Marcelo. "É isso que nos motiva."
(texto publicado na revista Veja São Paulo de 15 de julho de 2015)
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