Chega junto com o outono, em dias lindos e limpos,o medo da pneumonia. Os jornais abrem manchetes sobre os casos fatais. Mais de dez laboratórios já estão pesquisando remédios e vacinas. Cada um de nós acompanha atentamente a evolução dos fatos, e também dos boatos, que não são confiáveis, mas dão muito assunto. Fica assim combinada a vida: a qualquer momento podemos sofrer a invasão de um poderoso inimigo.
Será? Melhor não. Mas como não?
Escrevo para uma amiga, médica infectologista, que responde: "A melhor recomendação é evitar conglomerados, fazer uma boa hidratação e cultivar o contentamento - virtude que aumenta as defesas do organismo."
Grande sabedoria! O ar que circula num ambiente cheio de gente não é mesmo lá grande coisa e poe sim estar cheio de agentes irritantes para as mucosas do pulmão, além de micróbios de todo tipo. Boa hidratação significa água em quantidade, água que limpa, lava, refresca, ajuda a renovar as células e é essencial para a vitalidade de todos os tecidos, inclusive respiratórios. É o contentamento, bem... O contentamento é simplesmente uma das chaves da vida.
Para começar, se há contentamento não há medo. E, se não há medo, qual é o problema? Um vírus, por pior que seja, jamais vai se significativo para a pessoa que está bem. Como disse minha amiga, tudo pode ser apenas uma questão de estar com as defesas em ordem. Em se tratando do ser humano, defesa quer dizer zilhões de pequenas células espalhadas por todo o corpo, prontas a neutralizar a ação de qualquer micróbio. Mas quer dizer também pensamentos e sentimentos positivos, que reconhecem as qualidades do corpo e não criam ansiedade por qualquer coisa.
Em psicologia é sabido que certas pessoas têm "o perfil da vítima". Saem à rua tão convencidas de que podem ser assaltadas que atraem o assaltante. Se forem visitar alguém que está com gripe, saem espirrando. "Ué", alguém vai dizer, "mas isso é comum. Gripe pega!"
Pega quem? Quem está predisposto a ser pego, ora essa. E também não pega assim de uma vez. Vai encostando, dá uma indisposição, uma vontade de se enfiar na cama, um friozinho, talvez uma leve dor de garganta - e aí é que se vê quem manda no barco. "É na tempestade que se conhece o timoneiro", diz o ditado. Se o corpo está dando todos os sinais de que precisa descansar, e a gente não descansa, está querendo gripe. Aí quem manda é o pobre do vírus, que em si é uma coisinha ridícula, nem organismo próprio ele tem. Se, ao contrário, a gente respeita o que está sentindo e descansa, toma um caldinho quente, se agasalha, corta os excessos e fica contente por poder fazer isso, em pouco tempo tudo vai bem de novo. Foi dada ao organismo a oportunidade de se autoregular, e ele agradece.
Alimentação pobre em nutrientes e rica em gorduras, laticínios, açúcar, produtos químicos, álcool e toxinas. Estresse, falta de sono, falta de atividade física, falta de afeto e outras emoções não nutritivas. E exagero nos temperos artificiais, como o ar condicionado gelado. Tudo isso nos desregula. Ainda mais no outono, cujo ar mais seco favorece gripes, tosses, resfriados. Um vento fresco sopra de repente e pede sempre um casaquinho ou uma écharpe para não entrar pelos ombros e afetar o interior do corpo. É hora de colocar mais uma colcha na cama e meias de algodão para dormir com os pés quentinhos.
Na medicina tradicional chinesa, o outono é a estação dos pulmões, quedão ritmo e ordem à vida - ou trazem depressão e melancolia se estiverem fracos e sem energia. Reina a energia de metal, que tem a ver com tesouros e colheitas. Cada um vai colher o que plantou.
É um tempo de maturidade. A capacidade de realização do ser humano se apresenta como tranquilidade, paz, serena confiança nos processos de renovação da natureza. A gente olha para dentro e reconhece quem é. Faz o que tem que fazer e fica contente. Pronto.
Na medicina tradicional chinesa, o outono é a estação dos pulmões, quedão ritmo e ordem à vida - ou trazem depressão e melancolia se estiverem fracos e sem energia. Reina a energia de metal, que tem a ver com tesouros e colheitas. Cada um vai colher o que plantou.
É um tempo de maturidade. A capacidade de realização do ser humano se apresenta como tranquilidade, paz, serena confiança nos processos de renovação da natureza. A gente olha para dentro e reconhece quem é. Faz o que tem que fazer e fica contente. Pronto.
(texto publicado na revista Bons Fluídos nº 49 - junho de 2003)
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