terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Pedra nos rins: a causa pode estar em sua mesa - Dr. Flávio Iizuka


Costumam dizer que as dores sentidas durante a crise de cólica renal, decorrente das pedras nos rins, são mais fortes que as sentidas durante um trabalho de parto. Quem já passou por isso sabe bem que não há exageros na comparação. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 20% da população mundial apresenta pedras nos rins, número que aumenta a cada ano. Além de fatores hereditários, uma das principais causas de pedras nos rins está em cima da mesa do brasileiro: o saleiro. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda  o consumo de 2,5 gramas de sódio por dia, o brasileiro consome, em média, 10 a 12 gramas por dia. Mas o sódio ingerido, normalmente, não vem apenas do saleiro. O sódio está hoje escondido nos produtos industrializados, onde é adicionado por ser conservante. "Por conta da vida moderna e da mudança na estrutura familiar, as pessoas estão comendo cada vez mais alimentos industrializados e isso reflete na saúde", alerta o urologista Dr. Flávio Iizuka, que atende adultos e crianças.

Crianças podem ter pedras nos rins?

Escolher melhor o que você servirá em sua mesa ou colocará na lancheira do seu filho pode ser um fator importante e preventivo. "Devemos tomar muito cuidado nas gôndolas dos supermercados. O brasileiro precisa aprender a observar o rótulo e contabilizar a quantidade de sódio, corantes e conservantes de cada produto, pois eles são extremamente prejudiciais à saúde", acrescenta Dr. Flávio. Segundo o urologista, nos últimos cinco anos aumentou em mais de 100% o número de casos de crianças com cálculo renal. "Crianças pequenas, de 5 a 10 anos de idade, já chegam aos hospitais com cólicas renais e, quando vamos investigar, percebemos que a doença está diretamente ligada aos hábitos alimentares da família e à falta de atividade física. Nós não tínhamos registros de casos nesta faixa etária 20 anos atrás", revela o médico. 

Entre os produtos que apresentam sinal vermelho estão:

Pratos Congelados: contém quantidades excessivas de sal.

Sucos industrializados: evite e dê preferência somente aos sucos naturais. Por falar em sucos, os de frutas cítricas como laranja e limão são especialmente benéficos para prevenir pedras nos rins.

Refrigerante: corante, xarope de glicose e conservante. Sua composição não apresenta nada de bom!

Chocolate: é  delicioso, mas deve ser evitado por quem tem pedras nos rins.

Nozes, castanhas e amêndoas: faz bem, mas o consumo não deve ultrapassar 1 a 2 unidades/dia.

Embutidos: a quantidade de sódio, conservantes e corantes são extremamente prejudiciais.

Shoyu: tem alta quantidade de sal; use sem excessos e dê preferência à versão light com menos teor de sal.

Temperos industrializados: além do excesso de sódio, apresentam corantes e conservantes em sua composição. Cuidado!

Carnes em geral: proteína animal deve ser ingerida com cautela. Porções generosas e gordurosas devem ser evitadas por todos!

Sal light: controverso, pois dizem que, como "salga" menos, as pessoas acabam utilizando uma quantidade maior que usariam do sal convencional. Além disso, o sal light contém cloreto de potássio, que oferece riscos a pessoas com problemas cardíacos ou renais.

Dieta da proteína e pedra nos rins

Dietas como as do Dr. Atkins, Dukan e South Beach, que incentivam a restrição drástica no consumo de carboidratos e grande aumento do consumo de proteína animal, fato que sobrecarrega os rins, e aumenta a produção de ácido úrico na urina que funciona como um "fermento", turbinando a cristalização das pedras nos rins.

Tratamentos

Os tratamentos modernos são minimamente invasivos, evitando as cirurgias tradicionais com cortes. O tratamento medicamentoso ainda não é capaz de dissolver as pedras existentes, porém, possibilita a eliminação mais fácil e a efetiva prevenção de formação de novas pedras.



(texto publicado na revista Circuito nº 194 - ano 15 - fevereiro de 2016)

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