domingo, 25 de dezembro de 2011

Diário de vida - 25 de dezembro de 2011

O Natal é uma data familiar por excelência e existe um provérbio italiano que expressa bem essa idéia: "Natale con i tuoi, Pasqua con chi vuoi".

Para explicar o que o Natal representa para mim preciso exclarecer antes que,  apesar de ter sido batizada e feito a primeira comunhão, fui criada em um lar onde sempre se seguiu o budismo japonês, ou seja, um misto do budismo propriamente dito unido à prática espiritual original do país do sol nascente, o xintoísmo, que se caracteriza pelo culto à natureza e aos ancestrais, em que o Kami (Deus) deve ser honrado e celebrado.

Quando era criança e adolescente passávamos o Natal na casa de meus primos e como tanto os familiares de meu pai quanto de minha mãe moravam na mesma cidade a poucos quilômetros de São Paulo conseguíamos ver todos. E muitas vezes eu emendava essas visitas e ia para a praia com meus primos e só voltava para casa depois do Ano Novo.

Tive 2 Natais durante a minha estadia na Itália: passei o primeiro junto à família de meu amigo italiano, Giorgio. Ele não estava na Itália na ocasião, mas fui muito bem recebida pela família de sua irmã e também pela de seu irmão.   Como o dialeto veneto era e ainda é muito falado nessa região, eles tinham que se lembrar sempre de falar em italiano comigo para que eu os entendesse. As refeições eram feitas bem ao estilo italiano: antipasto, primo piatto, secondo piatto e contorno e dessert. O que achei interessante é que muitas vezes o primo piatto (massa) era uma tijelona cheia de café com leite. Parecia uma daquelas tijelas japonesas, só que sem arroz!!!! O segundo Natal foi bem marcante e o passei junto com meus colegas do bar. O Loris preparou a ceia e rimos muito. Foi muita gentileza da parte dele e do Lorenzo, outro colega, terem me convidado para passar o Natal com eles.

Na casa da irmão do Giorgio, com seu sobrinho, Daniele


Bibiana (a namorada do Loris na época), Lorenzo e Loris que preparava a ceia de Natal

Atualmente tenho passado o Natal com a minha mãe de um modo bem tranquilo em casa mesmo, mas tenho que acalmar o meu cão único (o outro faleceu em abril) por causa das bombinhas. Vai ser a mesma odisséia na virada, ainda mais que o barulho será bem maior. A mesma coisa costuma acontecer às quartas-feiras durante as partidas de futebol!!!

Gostaria de aproveitar que estamos em pleno Natal para refletir a respeito do que significa essa data, além de festejarmos o nascimento de Jesus, o encontro com os familiares, a troca de presentes, o almoço mais do que farto.

Acho que o Natal deveria ser vivido 365 dias por ano, não só agora, porque percebi que logo após as festas e passada a euforia, tudo volta ao normal. As pessoas costumam fazer uma lista de promessas e a maioria não são cumpridas.

Acredito em Deus e em Jesus e isso não acontece só no Natal, eu os sinto a meu lado, ou melhor, dentro de minha alma, todos os momentos da minha vida.

As pessoas costumam dizer que o importante é a intenção, mas já recebi cada presente que não tinha nada a ver comigo.  Eu pelo menos quando quero presentear alguém (geralmente faço quando tenho vontade, independentemente se é aniversário ou Natal) procuro saber do que ele gosta.

Durante as festividades estamos cheios de sentimentos nobres como o amor pelo próximo, a gentileza, o carinho, o perdão, o respeito, entre outros.

Gostaria de falar especificamente de uma atitude que não tenho observado muito e aproveito para fazer uma "mea culpa".

Estou falando do respeito ao próximo.  Vivo isso diariamente no trânsito:  quando quero entrar em uma preferencial, é rara as vezes que alguém dá passagem, aliás, os motoristas costumam acelerar. E quando sou uma simples pedestre coloco em funcionamento o meu olhar 360º antes de atravessar a rua.

Uma das coisas que me incomoda ainda é a falta de educação das pessoas que insistem em estacionar o carro na frente da garagem da minha casa (a rua em que moro é estreita) e tenho que ficar um tempão procurando o dono do carro. Como moro em uma casa de esquina geralmente as pessoas deixam lixo na minha calçada e fora dos dias em que o caminhão passa.

Uma das coisas que tenho observado é a bagunça que as pessoas fazem no supermercado: carne largada e descongelando, roupas caídas no chão. Apesar de não ser obrigação minha, não aguento ver esse tipo de desrespeito e acabo catando e colocando as coisas em um lugar mais decente. Quando faço compras, muitas vezes desisto de levar algum produto e tenho a paciência de levá-lo de volta ao lugar. Quando tomo lanche acabo pegando o lixo que estava na mesa e jogo junto com o meu. Não custa nada fazer isso!!! Se as pessoas depois se queixam do aumento dos preços, deveriam saber o motivo!!!

São as pequenas gentilezas do cotidiano que poderiam fazer com que o Natal não fosse festejado só uma vez por ano, mas sempre!!!!

Um abraço!!!!













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