Deixar
tarefas e planos para depois só aumenta a sensação de angústia
Toda
hora, temos que decidir o que fazer. E, para cada coisa que fazemos, há uma
relação de coisas não feitas. E isso é bem comum, principalmente nos dias
atuais, em que as tarefas parecem se multiplicar nas nossas agendas. Tão comum,
aliás, que existe até um termo criado para explicar esse comportamento
demasiado humano: procrastinação, que, do latim, significa "postergar,
atrasar, demorar, adiar, delongar".
A psicologia moderna já descobriu que 80% das pessoas procrastinam com certa frequência (se computarmos as que procrastinam de vez em quando, o número certamente sobe para 99,9%). Ou seja, postergar nossos afazeres é bem mais comum do que poderíamos supor. Quem garante é o psicólogo Joseph Ferrari, da Universidade De Paul, do estado americano de Illinois, e um especialista no assunto. Ele estudou esse comportamento em países tão distintos como Austrália, Estados Unidos e Venezuela para comprovar que não se trata de algo cultural, mas de conduta intrínseca ao ser humano. "Procrastinamos o tempo todo sem nem mesmo perceber que o fazemos", diz.
Quem procrastina sempre tem a ilusão de que adiar o problema é uma forma de solucioná-lo por enquanto. É como se o escondesse debaixo do tapete para, na próxima faxina, lidar novamente com ele. Mas a questão é que os problemas não deixam de existir na mente de quem os adia. E, o que é pior, alguns deles tomam proporções maiores com o passar do tempo. Se você deixar para cortar a grama no mês que vem, pode ter um esforço maior do que teria se a aparasse hoje. Esta é a percepção que o procrastinador não consegue enxergar: deixar para depois é quase sempre mais custoso.
A psicologia moderna já descobriu que 80% das pessoas procrastinam com certa frequência (se computarmos as que procrastinam de vez em quando, o número certamente sobe para 99,9%). Ou seja, postergar nossos afazeres é bem mais comum do que poderíamos supor. Quem garante é o psicólogo Joseph Ferrari, da Universidade De Paul, do estado americano de Illinois, e um especialista no assunto. Ele estudou esse comportamento em países tão distintos como Austrália, Estados Unidos e Venezuela para comprovar que não se trata de algo cultural, mas de conduta intrínseca ao ser humano. "Procrastinamos o tempo todo sem nem mesmo perceber que o fazemos", diz.
Quem procrastina sempre tem a ilusão de que adiar o problema é uma forma de solucioná-lo por enquanto. É como se o escondesse debaixo do tapete para, na próxima faxina, lidar novamente com ele. Mas a questão é que os problemas não deixam de existir na mente de quem os adia. E, o que é pior, alguns deles tomam proporções maiores com o passar do tempo. Se você deixar para cortar a grama no mês que vem, pode ter um esforço maior do que teria se a aparasse hoje. Esta é a percepção que o procrastinador não consegue enxergar: deixar para depois é quase sempre mais custoso.
A tal prioridade
Mas,
se a procrastinação pode causar tantos danos, por quê, afinal, nós deixamos para
amanhã o que devemos ou podemos fazer hoje? Segundo Ferrari, temos a tendência
de postergar tudo o que parece ser tedioso, demanda muito trabalho, não é para
hoje. Ou o que não nos dê prazer imediato. A procrastinação é um embate entre o
tempo psicológico, estabelecido pelos nossos desejos, e o tempo social, que é o
marcado pelo do tique-taque constante do relógio. E ela pode estar relacionada
a diferentes razões. Uma é a falta de autocontrole, que faz com que as pessoas
acabem adiando atividades para as quais deveriam dar prioridade, justamente por
agir de forma impulsiva e perder o senso crítico e racional da situação.
Estabelecer
uma hierarquia de prioridades, apesar de difícil, é primordial para que as
tarefas importantes sejam feitas com a dedicação que elas exigem. Estudos
indicam que, quanto mais detalhada e objetiva for uma tarefa, mais chances
temos de realizá-la. Se, ao contrário, percebemos uma atividade como distante
do aqui e agora, tendemos a deixá-la para ser resolvida em um futuro vago, para
quando sobrar um tempo - se é que vai sobrar. Por isso, é mais fácil
procrastinarmos uma intenção (como começar a estudar italiano) do que uma
tarefa (entregar um orçamento). Criar prazos e termos concretos é uma forma de
nos impulsionarmos a pôr a mão no batente e seguir em frente.
Tomar decisões
Mas
nem todo mundo consegue ter essa visão prática da vida. Há pessoas que
procrastinam por não conseguir tomar decisões porque não decidir, na cabeça
delas, as absolve das responsabilidades que viriam com tais decisões. E, para
não sofrer as consequências, preferem ficar estacionadas. Não conseguem ter o
distanciamento necessário para estabelecer uma relação entre esforços e
resultados e perceber que o sofrimento, muitas vezes, vem em decorrência de uma
mudança mais positiva.
"As pessoas com essas características são muito preocupadas com o que os outros pensam delas. Dessa forma, preferem que pensem que ela é displicente e tem problemas em se esforçar para agir do que percebam que, no fundo, elas não têm habilidade para isso", explica Ferrari.
"As pessoas com essas características são muito preocupadas com o que os outros pensam delas. Dessa forma, preferem que pensem que ela é displicente e tem problemas em se esforçar para agir do que percebam que, no fundo, elas não têm habilidade para isso", explica Ferrari.
O
perfeccionismo exacerbado também tem a capacidade de nos fazer desistir ou
postergar por um tempo ilimitado nossos afazeres, desejos e intenções.
"Dê-se a chance de realizar algo bom e não necessariamente ótimo. Experimente
começar a fazer para só depois avaliar. Permitir começar já é um grande
passo", aconselha o psicoterapeuta e filósofo Ari Rehfeld. Claro que é
preciso ter consciência das limitações e habilidades para o que se está
disposto, mas se vencermos o que nos paralisa e nos desviarmos das distrações
que nós mesmos colocamos todo dia em nossa vida, já teremos meio caminho andado
para enfrentar qualquer situação.
Xô,
procrastinação!
1.
CRIE PRAZOS
Eles
são importantes para nos organizarmos mentalmente e termos claro que não
podemos enrolar para sempre para fazer as coisas e cumprir os compromissos.2. DÊ-SE RECOMPENSAS
3. CONCENTRE-SE
A
forma mais fácil de procrastinar é se distraindo. Dê atenção às tarefas. E
evite telefones, e-mails e tentações da internet.
4.
FAÇA LISTAS
Coloque
tudo o que você tem ou deseja fazer no papel. Mas seja sincero mesmo: elimine
as tarefas que você não planeja realizar nunca, mas vai acumulando.5. NÃO MISTURE
6. ABRA O JOGO
(artigo publicado na revista "Vida Simples" em 18 de agosto de 2009)
Procrastinação (legendado em português)
Nenhum comentário:
Postar um comentário