quinta-feira, 31 de março de 2016

Deixei de dar explicações a pessoas que entendem o que querem (Melhor com Saúde)


Ninguém é obrigado a dar explicações sobre as suas crenças, valores, gostos ou relacionamentos. As explicações são necessárias apenas em situações que geram incerteza ou sofrimento, e sempre devem ser pautadas pelo respeito.

A psicologia cognitiva nos lembra com muita frequência de que não somos obrigados a dar explicações a ninguém sobre o que fazemos, pensamos, ou o que decidimos em nosso dia a dia.

Juntamente com esta ideia está sempre o interesse próprio, a necessidade de conhecermos a nós mesmos e de agirmos de acordo com os nossos princípios e valores, respeitando por sua vez aqueles que nos rodeiam.

O ato de dar explicações é necessário caso as nossas decisões tenham a ver com outras pessoas, mas o ato de assumir responsabilidades próprias vai de mãos dadas com esta capacidade de saber atuar e decidir, sem ter que justificar o que fazemos perante aos demais.

Sabemos também que passamos a vida dando explicações por tudo, e assim convidamos a todos hoje para refletir sobre isso.

Quando dar explicações se transforma em um costume

Como em tudo na vida, há um limite e um equilíbrio. Podemos pedir explicações ao nosso parceiro se, por exemplo, ele não aparecer em casa durante três dias. Faremos o mesmo com nossos filhos quando fizerem algo errado, e com nossos amigos se causarem algo que não esperávamos.

As pessoas precisam dar e receber explicações diante de situações que geram incerteza, estranheza ou sofrimento.

Entretanto, desde a psicologia cognitiva e a psicologia positiva, enfatiza-se anecessidade de não fazer do ato de “dar explicações” um costume na vida diária diante de situações que não as exigem.

O problema de dar explicações reside também no tipo de comunicação que estabelecemos. 

Se o diálogo for construtivo e com empatia, a comunicação flui e há entendimento.

No entanto, em muitos casos há pessoas que “entendem o que querem”, ou mais ainda, longe de escutar, só pensam na resposta que irão nos dar porque chegaram a sua própria conclusão, mesmo que ela não tenha nada a ver com a realidade.
Dar explicações não deveria ser um costume tão arraigado em nossos contextos sociais. Não, pelo menos, quando o que se busca é julgar os demais considerando as suas condutas ou escolhas.
As explicações somente são necessárias quando uma situação concreta a requer, e sempre com o fim de que se instaure o equilíbrio na relação.

Na hora de dar explicações deve existir um diálogo respeitoso, aberto e democrático. O emissor e o receptor devem se tratar com empatia e dedicação para analisar a situação e chegar a um acordo, a uma sintonia da qual precisamos durante as conversas.

Situações nas quais nunca deveríamos dar explicações

Estamos certos de que, em seus contextos sociais mais próximos (amigos, família, trabalho, parceiro…) você se vê obrigado a dar algumas explicações sobre aspectos da sua vida que você não gostaria de compartilhar, e menos ainda justificar para os outros.

Como exemplo, e para levar em conta, iremos listar quais dimensões são as que permanecem sendo “somente suas”, e pelas quais não é conveniente nem necessário dar explicações:

Não se deve dar explicações sobre o que é prioridade na sua vida

O que é importante para você só diz respeito a sua pessoa. Se a sua maior paixão for viajar, nem todo mundo vai entender que você passe o ano todo economizando em vez de ter um carro mais novo ou trocar o celular. Não há motivo para justificar nada e, se você fizer isso, saiba que basta fazê-lo uma vez.
Não se deve dar explicações sobre seu estado civil ou sobre o tipo de relacionamento que você tem

“Como você ainda está solteira?”, “Vocês não têm filhos?”, “Seu namorado é um pouco quieto não?”, “E por que você não está mais morando perto da sua família?”.

Estamos certos de que estas perguntas são velhas conhecidas suas. As pessoas costumam perguntar por um interesse inocente, mas são aspectos que ficamos incomodados em justificar e que, na realidade, não importam a mais ninguém, somente a você.

Não se deve dar explicações sobre suas crenças ou valores

Os valores, as crenças e as opiniões devem ser defendidas, e não explicadas ou justificadas. Se você praticar um tipo de religião ou sentir afinidade por um tipo de espiritualidade, não há motivo para detalhar a ninguém porque você faz isso e quais razões o levaram a esta escolha.

Você é formado pelas suas escolhas, os demais devem aceitá-lo assim como você é, sem ter que pedir explicações.

Conviver é respeitar e, por isso, trata-se somente de aceitar-nos entre nós mesmos, assim como somos. As explicações só serão necessárias, assim como mencionamos antes, em casos de desavenças ou problemas pessoais.

Viva em liberdade seguindo seus próprios valores, aja com respeito e seja feliz por cada aspecto que se tornou seu ao longo do seu caminho pela vida.

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